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TVE – Educativa da Bahia e TV Brasil exibem no período de 19 a 22 de
outubro três filmes de Glauber Rocha: Deus e o Diabo na Terra do Sol, na
segunda-feira 19, a partir das 23h30; A Idade da Terra, na quarta-feira (21) a
partir das 23 horas e por fim “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”,
na quinta-feira (22), às 23h30.
Em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, Glauber
Rocha, mostra o drama de um homem revoltado
contra a exploração de que é vítima por parte do coronel Morais, quando o
vaqueiro Manuel o mata durante uma briga. Começa então a fuga de Manuel e de
sua mulher Rosa, que são perseguidos por jagunços até se integrarem aos
seguidores do beato Sebastião, no lugar sagrado de Monte Santo.
Ao mesmo tempo, o
matador de aluguel Antônio das Mortes, a serviço dos latifundiários e da Igreja
Católica, extermina os seguidores do beato, o que faz com que o casal tenha de
continuar fugindo e se encontre com Corisco, cangaceiro remanescente do bando
de Lampião. Considerado um marco no Cinema Novo, o filme conquistou
reconhecimento em diversos festivais mundo a fora, entre eles, ganhou o Prêmio
da Crítica Mexicana no Festival de Acapulco.
“A Idade da Terra” é um drama ambientado no Rio de Janeiro em fins dos anos
1970, retratando quatro protagonistas que representam uma figura messiânica: um
“Cristo Negro”, interpretado por Antonio Pitanga; um “Cristo Pecador”, papel de
Jece Valadão; Dom Sebastião – um messias no semblante de conquistador português
–, interpretado por Tarcísio Meira e o ator Geraldo Del Rey na pele do “Cristo
Guerreiro” Lampião.
Último longa dirigido
pelo cineasta, a produção reconta, com ares proféticos, o mito cristão por meio
de símbolos e costumes da cultura brasileira. O filme recebeu Menção Honrosa
(para a atriz Norma Bengell) na XXXVII Mostra Internacional de Cinema (Veneza,
1980), e o Prêmio do Museu de Arte Moderna de Cartagena (XXII Festival de
Cinema de Cartagena).
Por fim, “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”,
filmado em Milagres, narra a história do
pistoleiro Antônio das Mortes, que é contratado para matar o novo líder do
cangaço no sertão nordestino. Contudo – durante e após sua missão – Antônio
passa a rever suas atitudes e, movido por remorso, entra em conflito com um
“coronel” que domina a região e os jagunços que o servem.
A trama que tem como
pano de fundo a chegada de Lampião no Inferno, uma história de cordel, é
considerada um clássico do Cinema Novo que retrata a inversão de papéis
sociais. Realizado em plena ditadura militar recebeu o Prêmio Luis Buñuel e o
Prêmio da Confederação Internacional de Cinema de Arte e Ensaio - XXI Festival
de Cannes (1969). (Kleber Torres)