segunda-feira, 20 de abril de 2020

Sem Proteção um filme sobre a história dos Weatherman




The Company You Keep  (Sem Proteção) é um thriller político,  que reúne um elenco expressivo, dirigido e estrelado por Robert Redford,  resgatando uma história  iniciada nos anos 60, período em que Jim Grant, era militante dos Weather  Underground (Weatherman), um grupo de extrema esquerda contrário à guerra do Vietnã e que realizou diversas ações terroristas nos Estados Unidos. 
Em função da sua militância política, ele  acabou acusado de assalto a banco e homicídio.  Assim, por trinta anos vinha sendo procurado pelo FBI, enquanto vivia com identidade falsa como um advogado de projeção defendendo direitos civis na cidade onde residia.
O roteiro, assinado por Lem Dobbs, tem como base o romance homônimo de Neil Gordon e mostra as mudanças na vida de Grant,  que se torna um fugitivo, quando sua verdadeira identidade acaba  exposta pelo ambicioso jornalista Ben Shepard (Shia LaBeouf),  repórter de um pequeno jornal de Albany e que traz a tona o passado do advogado, fazendo com que o FBI retorne a caçada do fugitivo.
 Para provar sua inocência, Grant busca apoio inclusive de sua antiga namorada, Mimi (Julie Christie)  para que deponha em seu favor. A ação da busca de Mimi implica no reencontro dos  antigos companheiros de clandestinidade muitos dos quais  ainda carregam as marcas da militância  e evitam falar ou relembrar o período de ativismo para não comprometerem laços familiares ou profissionais.
O filme revela os bastidores de um  jornal, da produção de notícias que nos chegam no dia a  dia e os princípios éticos dos jornalismo na difusão de informações. Também revela o trabalho dos policiais na caçada de um homem procurado por um crime que alega  não havier cometido, o que torna a busca do suspeito um jogo de gato e rato. (Kleber Torres)

Ficha técnica:

Título : Sem Proteção (The Company You Keep )
Direção : Robert Redford
Roteiro : Lem Dobbs
Elenco:  Shia La Beouf, Robert Redford, Susan Sarandon, Stanley Tucci, Nick Nolte, Chris Cooper, Terrence Howard e Julie Christie
Cinematografia: Adriano Goldman
Trilha sonora: Cliff Martinez
Lançamento : 2012

domingo, 19 de abril de 2020

A luva nem sempre dourada de um açougueiro





Considerado uma comédia de humor negro,  Der Goldene Handschuh (Bar  Luva Dourada), transcende os limites da violência e  da sordidez que superam qualquer expectativa, com uma narrativa centrada  na Hamburgo de 1970, onde vive Fritz Honka  (Jonas Dassler), um homem fracassado, com o rosto deformado, que reside  numa água furtada em um prédio habitado por migrantes em situação irregular e é na realidade um serial killer. A interpretação de Dassler lhe valeu um prêmio de destaque no Festival de Berlim.
À noite, este estranho personagem vagueia por um bairro boêmio da cidade frequentando o Bar Luva Dourada ao lado de bêbados, prostitutas, homossexuais,   desempregados ou figuras em decadência como um ex-capitão nazista da SS, além de homens e mulheres idosos, muitas vezes sem renda e distantes até mesmo de uma aposentadoria ou de qualquer ajuda do estado.
Ninguém desconfia que, na verdade, Fritz é psicopata e um serial killer que assustou a sociedade de Hamburgo por ser responsável pelo desaparecimento de mulheres. Ele persegue, maltrata e mata mulheres velhas e solitárias que conhece no seu bar favorito, e as esquarteja em seu pequeno apartamento sem nenhuma higiene.
Honka deposita os corpos em vãos fechados no interior do imóvel onde reside e que exala um forte odor reclamado por um vizinho grego em situação possivelmente ilegal no país e que por isso não teria prestado queixa às autoridades policiais. O piso do apartamento também vazava o sangue das suas vítimas.
O psicopata operou por vários anos impunemente e trabalhava como vigilante numa empresa, em que pese o desaparecimento de mulheres ter ocupado espaço no em noticiário. No filme a única exceção à violência e às cenas de sexo ou de esquartejamento de corpos acondicionados em fardos, é a beleza da jovem Petra (Greta Sophie Schmidt), uma adolescente que desperta a atenção do assassino e escapa da morte por uma contingência do acaso.
No mundo real,  a história trajetória sanguinária de Fritz Honka foi resgatada pelo escritor alemão Heinz Strunk, e adaptada pelo cineasta Fatih Akin, de ascendência turca,  que também roteirizou o filme como uma comédia infernal. 
O Bar Luva Dourada,  conquistou vários prêmios no 69º Festival de Berlim, maior prêmio  do Cinema Alemão, ficando em 2019   com o de  melhor ator para Jonas Dassler;  de Melhor Atriz Coadjuvante para Margarete Tiesel; Melhor Design de Produção, para o cinematografista Tamo Kunz e de melhor figurino, para  Katrin Aschendorf. (Kleber Torres)

Ficha Técnica:
Título : Der Goldene Handschuh (Bar da Luva Dourada)
Direção e  Roteiro : Fatih Akin 
Elenco: Jonas Dassler, Margarete Tiesel, Greta Sophie Schmidt, Hark Bohm, Marc Hosemann, Tristan Göbel e Adam Bousdoukos
Música : F.M.Einheit  
Cinematografista: Tamo Kunz
IdiomasAlemão e grego
2019
115 minutos

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Parasita — uma releitura oriental da luta de classes

    

Parasita — o filme sul coreano, dirigido por Bong Joon-ho, ganhador de quatro Óscares, inclusive o de melhor filme em 2019, e de diversos prêmios internacionais, que arrecadou 202,3 milhões de dólares em bilheteira, narra a história das famílias Kim e Park, separadas pela diferença de classes visivelmente presentes na tela, cujas vidas se cruzam nas necessidades do dia-a-dia.
A família Kim, com quatro membros, sobrevive à margem da sociedade, vivendo de bicos e em condições precárias, até que o filho Ki-woo torna-se tutor da filha adolescente da rica família Park e vê uma oportunidade de ascender socialmente.
Com um tom que transita entre a comédia, o drama, suspense e violência, o filme venceu as barreiras linguísticas e culturais abordando a desigualdade socioeconômica e o modo como ela afeta o ambiente, seja ele em termos físicos, ambiental ou psicológicos. Embora a narrativa do filme e as casas pertencentes às famílias sejam ficcionais, tudo parece muito real, enganando até os espectadores e críticos mais atentos.
Questões urbanas de Seul
Vale observar para compreender o filme, que a população de Seul cresceu de 1,57 milhão de habitantes em 1950 para 2.45 milhões em 1960, um crescimento real de 56% em apenas uma década. Nessa época, um terço das casas construídas estavam em situação irregular, e, em função do crescimento explosivo da metrópole coreana foram agravados os problemas de habitação, de trânsito e de fornecimento de água, num país com a economia fragilizada em função da guerra com a Coreia do Norte.
Mesmo com o cessar fogo, em 1968, soldados norte-coreanos se infiltraram em Seul numa missão para assassinar o presidente sul-coreano Park Chung-hee. Ainda que o plano tenha sido frustrado, a tensão entre os dois países se intensificou com o risco de um novo conflito iminente. Naquele mesmo ano, a Coreia do Norte também atacou e capturou um navio espião da marinha americana, o USS Pueblo.
Em paralelo, aconteceram também uma série de incidentes terroristas devido à infiltração de agentes norte- coreanos na Coreia do Sul, alimentando o medo de população com uma nova guerra de consequências imprevisíveis.
Em 1970, temendo uma nova crise de maior dimensão,o governo sul-coreano atualizou as regras para a construção civil: exigindo que todos os edifícios residenciais com quatro andares ou menos tivessem porões que pudessem servir como abrigo para os moradores em caso de um bombardeio. Inicialmente, alugar esses espaços era ilegal, até porque esse tipo de locação inviabilizaria o seu uso em caso de emergência. Todavia, nos anos 80, houve a intensificação da crise imobiliária e por conta da falta de habitações na capital, o governo foi obrigado a legalizar a presença de moradores nesses espaços subterrâneos.
As Nações Unidas observaram em 2018, que a falta de habitação acessível na Coreia do Sul era um problema para toda a população, ainda que o país fosse considerado a 11ª maior economia do mundo. Este problema de moradia se torna ainda maior para os jovens com menos de 35 anos, cuja proporção entre renda e aluguel ficava em torno de 50% da sua renda na última década, e para os grupos familiares considerados pobres.
O valor de um aluguel mensal girava em torno de 540 mil wons coreanos, o equivalente em nossa moeda a R$ 1.937, enquanto os salários dos trabalhadores mais jovens se situava, em média, de 2 milhões de wons, ou seja, R$ 7.173. Por isso, os banjihas –porões- se tornaram uma alternativa viável e barata de moradia em um mercado cujos preços e a demanda não paravam de crescer.
Banheiro de um Banjiha real, Coreia do Sul
Banjiha real, Coreia do Sul.
Residência da família Kim
Segundo Lee Ha-Jun, o diretor de arte, diz em entrevista à Indiewire que tinha a intenção de retratar no filme o aumento de densidade populacional e como isso se refletia entre as classes mais altas, vivendo no topo da pirâmide social, e o contraponto com os moradores dos porões, vivendo abaixo do nível da rua.
A família Kim — que nunca teve condições de planejar a aquisição da própria residência, e muito menos de comprar uma casa projetada por um arquiteto famoso — sobrevive dobrando caixas de pizzas no porão onde vive, em um bairro pobre de Seul. Para completar o drama, eles ainda precisam conviver com visitantes indesejados urinando na única janela da residência.
Os produtores do filme construíram a residência dos Kim com material reciclado, fotos das regiões semelhantes de Seul e do semiporão que Lee Ha-Jun viveu durante o período em que estudava na faculdade. A casa foi montada com materiais que a produção encontrou nas ruas: portas, janelas, telas de proteção contra mosquitos, cerâmicas, molduras e até mesmo fios elétricos. “Eles usaram materiais que mostravam o desgaste e a sujeira dos 10 ou 20 anos de uso intensivo”, declarou o diretor do filme.
A familia Kim no Banjiha
Renders — O bairro e a casa família Kim, respectivamente.
Residencia dos Park
A casa possui um estilo modernista seguindo a vertente funcional. E, a partir do funcionalismo surgem novas tendências, sendo a mais abrangente o international style, que é o que podemos observar na residência dos Park. O Getty Research Institute define o International Style como “o estilo arquitetônico que emergiu na Europa após a Primeira Guerra Mundial e se espalhou por todo o mundo, tornando-se o estilo arquitetônico dominante até os anos 70”.
O estilo internacional surgiu do incômodo de alguns arquitetos com o estilo eclético e as possibilidades trazidas pela industrialização e as inovações técnicas, sendo batizado na primeira Exposição de Arquitetura Moderna no MOMA, em Nova York nos idos de 1932, quando o mundo se recuperava da quebra da bolsa de NY.
Esse estilo arquitetônico valoriza o abstrato, o geométrico e o minimalismo. Surge aí o pressuposto de que o “menos é mais”, prezando pela clarezas, leveza nas formas e parcimônia na utilização dos adornos. Com isso, a perfeição técnica tornou-se cada vez mais valorizada. Os espaços são amplos e fluídos tanto na área interna quanto externa das edificações. Essa produção dos arquitetos modernistas podia facilmente se adaptar às necessidades de todos os países, daí o caráter internacional do movimento.
Na ficção de Parasita, foi o arquiteto Namgoong Hyeonja quem projetou e residiu na casa antes dos Park se mudarem para o imóvel, o que além de ser um sinal para que o espectador possua um olhar mais atento para o detalhes da casa, é uma forma sutil de demonstrar o elevado poder aquisitivo da família ocupante da casa. O que na verdade parece ser uma mansão é, na realidade, uma construção simplificada, feita em quatro sets diferentes editados na pós-produção do filme, criando a ilusão virtual de ser algo único e que foi projetado por Lee Ha Jun.
Os móveis, inclusive as mesas, cadeiras e a iluminação foram feitos sob medida pelo carpinteiro Bahk Jong Sun. A mesa de centro, onde a família Kim se esconde, foi construída com madeira de cerejeira e necessitava de algumas especificidades para garantir que o móvel funcionasse numa cena programada. A direção de arte e a equipe de produção se deitavam no chão, com frequência, para fazer simulações.dessa cena.
A mesa custou U$19,800, cerca de R$ 100 mil; já a mesa de jantar vale U$22,300 e cada cadeira U$2,100 e a luminária de latão é avaliada em U$14,000. Duas das obras de arte custaram U$120,000 (Maya 2078 por SeungMo Park) e U$50,000 (umas das pintura que retrata gatos). Até a lata de lixo, que veio da Alemanha, custou U$2,300 para a produção do filme.
Render- A residencia da família Park
Sala de estar e fachada principal
Conclusão
Ganhador de quatro Óscares — melhor filme, melhor roteiro, melhor direção e de melhor filme estrangeiro, além de outros prêmios internacionais, — Parasita revela uma releitura da luta de classes num país oriental que saiu de uma guerra sangrenta e ainda sem um acordo definitivo de paz.
O filme mostra ainda os efeitos da urbanização acelerada e as precárias condições da família de Kim, desempregada, vivendo em um porão sujo e apertado, em condições sub-humanas, mas um golpe do acaso faz com que ele comece a dar aulas de inglês a uma garota de família rica, o que abre perspectivas de uma possível ascensão social, o que envolve um jogo de segredos e mentiras que custam caro a todos, porque num mundo onde não existe almoço grátis, a mobilidade de indivíduos ou famílias entre as diferentes classes sociais é, um sonho difícil e praticamente impossível.(Lara Torres - aluna do terceiro semestre de arquitetura)
Fontes Parasita — Direção> Bong Joon Ho (2019)

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Uma releitura de um mundo em que nem tudo é real



Com 10 indicações para o Oscar de 2020 e premiado nas categorias de  Melhor Ator Coadjuvante, Brad Pitt  e Melhor Direção de Arte para Nancy Haigh e Barbara Ling, além de conquistar troféus em várias premiações internacionais, o filme Era uma vez em. Hollywood (Once Upon a Time in Hollywood), com direção e roteiro de  Quentin Tarantino, é mais que uma comédia  dramática, misturando no seu bojo ficção e realidade na reconstrução dos anos de ouro de Los Angeles (os anos 60) e com referências à própria história do cinema e da ilusão do mundo da ficção. O próprio título tem como referência o cult Era uma vez no Oeste, de Sérgio Leoni lançado em 1968, um filme de faroeste.
Era uma vez em. Hollywood, conta a história de um personagem ficção, o cowboy Rick Dalton(Leonardo Di Caprio), um ator canastrão, que estrelou a série faroeste Bounty Law, baseada em Wanted Dead or Alive, estrelada no mundo real por Steve McQueen e o seu dublê Cliff Booth(Brad Pitt).
A história se mistura com releitura da trajetória e da tragédia de Sheron Tate (Margot Robbie), assassinada com amigos por fanáticos ligados a Charles Mason, um guru psicopata, uma história que ganha novos contornos e violência exacerbada e humor em Era uma vez em... Holywood, com um outro final feliz, mas ficional para a tragédia com a morte em cena dos assassinos.
Há quem considere que o relacionamento de Dalton, que apresenta características de transtorno bipolar, com Cliff Booth é inspirado na relação de outro astro do cinema,  Burt Reynolds e o seu dublê, Hal Needham. Dalton também é  inspirado em  atores emergentes, cujas carreiras começaram na Era de Ouro do Cinema Americano, mas falharam nos anos 1960, um tempo de grandes mudanças no mercado cinematográfico. Há no filme referências a atores que foram atuar em faroestes italianos com sucesso.
O filme mostra uma luta antológica entre Bruce Lee e Cliff, que travam uma disputa bem humorada, mas com desvantagem para o lutador oriental, que era um astro emergente na indústria cinematográfica. Também faz referências às festas frequentadas por astros e estrelas hollywoodianas, bem como a Fugindo do Inferno. 
Uma outra referência ao mundo do faroeste é o duelo entre o empresário Gilbert x Johnny Madrid, ator de Lancer, série interpretada  pelo ator James Stacy, já falecido e que num duelo se postava de perfil para diminuir o espaço do alvo para o adversário. O fato é que antes do cinema, o budismo já ensinava que tudo é ilusório e passageiro, o que se confirma nos 165 minutos de Era uma vez em... Hollywood. (KLeber Torres)


Ficha Técnica
Título: Once Upon a Time in... Hollywood (Era uma vez em Holywwod)
Direção e Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Leonardo DiCaprio, Al Pacino, Brad Pitt, Bruce Dern, Dakota Fanning, Margot Robbie, Martin Kove, Austin Butler, Brenda Vaccaro
Duração: 165 minutos
Gênero: Comérdia e Drama Policial
Ano produção: 2019

terça-feira, 7 de abril de 2020

O contágio por um vírus mortal e pandêmico



No momento em que convivemos com a pandemia provocada pelo novo coronavirus (covid-19), vale a pena ver Contágio (Contagion),  filme estadunidense  dirigido por Steven Soderbergh, com um elenco de primeira linha. O enredo trata da propagação de um vírus transmitido por fômites -objetos inanimados ou substâncias capazes de absorver, reter e transportar organismos contagiantes ou infecciosos  de um indivíduo a outro, basta lembrar que uma pessoa toca no rosto em média três mil vezes por dia - e das tentativas de pesquisadores, médicos e trabalhadores de saúde para identificar e conter o avanço de uma doença, que ameaça a estrutura e a própria ordem social, mostrando ao mesmo tempo as buscas da cura através de vacinas, medicamentos, produtos mirabolantes ou mesmo o uso de plasma sanguíneo dos pacientes ja recuperados da virose.
Soderbergh, um cineasta criativo, que trabalha com tramas paralelos e transversais, mostra no filme o avanço da doença a partir do segundo dia e em várias cidades, numa escala global. Ele premia o espectador com a sua causa no final, mostrando no primeiro dia, como surgiu a doença e a transissão do vírus de um morcego para um porco, e depois, para seres humanos, gerando uma pandemia com letalidade de 25%, ou seja, cinco e seis vezes superior à do coronavírus
Tudo começa quando Beth Emhoff (Gwyneth Paltrow) adoece depois de voltar de uma viagem a Hong Kong, com escala em Chicago, onde teve um encontro com um ex-amante. 48 horas depois,  ela desmaia na sua casa em  Minneapolis, tem convulsões e morre no hospital por uma doença de causa desconhecida. Ao mesmo tempo o filme mostra outras pessoas também  acometidas da mesma enfermidade no mundo e muitas delas acabam morrendo até mesmo sem receber sequer atendimento médico.
Ao  voltar para casa, Mitch descobre que seu enteado Clark (Griffin Kane) também morreu, possivelmente pelo mesmo motivo. Mitch é isolado num hospital, mas como paciente assintomático, foi considerado imune e assim, retorna para casa em companhia da filha adolescente.
Ao analisarem a eclosão de uma epidemia nos Estados Unidos, representantes do governo  temem que a estranha doença, que se parece com uma gripe, seja  uma arma, produto de uma possível guerra biológica. A oficial do Serviço de Inteligência Epidêmica, Erin Mears (Kate Winslet) é indicada  para investigar o caso. O seu objetivo é rastrear a origem do surto para identificar o paciente zero e o ritmo reprodutivo do vírus.
Como parte do rastreamento de uma epidemia que avança com rapidez e numa intensidade menor que a do coronavírus, em  Hong Kong, a epidemiologista da Organização Mundial da Saúde (OMS), Leonora Orantes, busca em conjunto com as autoridades de saúde do país, filmagens onde Beth aparece em um cassino onde ocorreram os primeiros casos da virose, que se propagou por Hong Kong, Tóquio e Londres. O objetivo é  identificar  o paciente zero. À medida que o novo vírus avança, várias cidades são colocadas em quarentena, e saques e violência eclodem gerando uma forte tensão social.
Alguns cientistas trabalham na produção de uma vacina, processo lento que pode durar até 18 meses. Enquanto isso, outros cientistas identificam que o vírus é transmitido através de superfícies -fômites-,  projetando que um em cada 12  habitantes da população mundial será infectada, com uma taxa de mortalidade elevada e que pode em alguns paises chegar a 30%.Para complicar ainda mais a situação Alan Krumwiede (Jude Law) divulga vídeos e diz que se curou do vírus usando um remédio homeopático, o que era uma farsa. Na ficção, a pandemia matou 26 milhões em todo o mundo e 2,5 milhões nos Estados Unidos. Nestes tempos bicudos, qualquer semelhança com  mundo real  será uma mera coincidência ou uma premonição.  (Kleber Torres)

Ficha técnica
Título : Contágio (Contagion) 
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Scott Z. Burns
Elenco : Marion Cotillard, Matt Damon, Laurence Fishburn, Jude Law, Gwyneth Paltrow, Elliot Gould, Kate Winslet, Jennifer Ehle, Griffin Kane e SanaaLathan
Cinematografista : Peter Andrews
Lançamento: 9 de setembro de 2011
EUA