quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Festival de Curtas tem edição online com apresentação de 200 filmes

 

Céu de Agosto - Jasmin Tenucci
Céu de Agosto – Jasmin Tenucci – Céu de Agosto/Jasmin Tenucci

Em mais uma edição online por causa da pandemia do novo coronavírus, o tradicional Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo tem início nesta quinta-feira (19) apresentando 200 filmes de 39 países. A mostra é gratuita e acontece até o dia 29 de agosto. A direção do festival é da produtora cultural Zita Carvalhosa.

Dentre os 200 filmes, 116 são títulos brasileiros. Entre eles estão Céu de Agosto, obra que foi recentemente premiada no Festival de Cannes, e Seiva Bruta, eleito melhor curta-metragem latino-americano no Directors Guild of America.

Já entre os destaques internacionais estão Estrela Vermelha, de Yohan Manca, e obras que foram premiadas no Festival de Clermont-Ferrand, mais importante evento dedicado aos curtas: Irmãs, Nadador e Ônibus Noturno. Outros destaques são a animação Casca, eleito melhor curta internacional do Festival de Annecy; A Montanha Lembra, vencedor da competição internacional do festival É Tudo Verdade; e Viagem ao Paraíso, produção do Vietnã premiado no Festival de Locarno.

Na edição deste ano, o festival presta homenagens à montadora Vânia Debs, falecida em junho, e aos cineastas Glauber Rocha e Chris Marker. Para homenagear Vânia Debs, o festival vai apresentar cinco curtas, entre eles, Morte, dirigido por José Roberto Torero e protagonizado por Paulo José, que morreu recentemente. O polêmico curta Di Cavalcanti Di Glauber, de 1976, será apresentado como uma homenagem ao cineasta brasileiro. Já o centenário de Chris Marker será celebrado com La Jetée, de 1962.

O festival também celebra a produção de jovens cineastas das periferias e a cultura indígena, com uma mostra dedicada ao festival Amotara, dedicado a mulheres indígenas cineastas. Além disso, encontros vão discutir temas como as plataformas de streaming, o cinema das mulheres indígenas e produções durante a pandemia, entre outros.

A cerimônia de abertura acontece nesta quinta-feira, às 20h. A cerimônia, os filmes e os encontros podem ser acessados pelo endereço http://www.kinoforum.org.br/(Agência Brasil)

domingo, 15 de agosto de 2021

As múltiplas faces de um ícone do cinema: Dr. Jack e Mr. Nicholson


  

 

Tendo como referência o romance Dr.Jack e Mr. Hyde, um clássico de Robert Louis Stevesen sobre The Strange Case of Dr. Jakyll and Mr.Hide, a luta entre o bem e o mal no interior de um mesmo personagem, o filme Dr Jack & Mr. Nicholson narra,  em cerca de 60 minutos, a trajetória de Jack Nicholson, um ícone do cinema, que ao longo de 50 anos de carreira conquistou três Óscares e participou de mais de 60 filmes, atuando como ator, diretor em pelo  menos três deles e um roteirista bem sucedido.

Tudo começou no final dos anos 50 quando um jovem de Spring Lake, um distrito de Nova Jersey,  compra um carro e vai para Hollywood em busca do estrelato e da fama. No início, tudo foi difícil e ele conseguiu participar como ator secundário e vários filmes, três filmes classe b, dirigido por Roger Corman, que produziu centenas de filmes de baixo custo e revelou diversos artistas, bem como diretores hoje  conhecidos e famosos.

Mas o  sucesso chegou em 1969, com  Sem Destino (Easy Ryder),de Dennis Hopper. onde com apenas 15 minutos em cena aparece como destaque numa interpretação primorosa ao lado  Peter Fonda e Dennis Hopper, conquistando inclusive prêmios em diversos festivais de cinema.

Ele também fez sucesso em Chinatown, com atuação marcante num drama policial como detetive e que relata parte de um dos mistérios  da sua vida pessoal, quando descobre que sua mãe é sua irmã. Ele também nunca conheceu o seu pai.

Conquistou um Oscar em 1975,  com o trabalho antológico em  Um estranho no ninho (One flew over the Cuckoo’s Nest) dirigido por  Milos Forman e baseado no romance de Ken Kesey,  um clássico da contracultura. Nicholson declarou que com esse prêmio, a academia demonstrava que também está repleta de loucos ,

Considerado um inconformado crônico e um bom vivant, Jack Nicholson também teve destaque em filmes como Batman, interpretando  o Coringa, o que lhe rendeu US$  70 milhões de dólares com o sucesso da franquia. Se como diretor ele não teve sucesso mesmo dirigindo A Chave do Enigma, continuação de Chinatown,  ganhou o Oscar em O iluminado(The Shining), que estreiou em 1980, com a direção do perfeccionista Stanley Kubric e resultado de 11 meses de filmagens intensas e repetitivas, quando entrou definitivamente na mitologia do cinema.

Como documentário, Dr. Jack e Mr.Nicholson  faz uma revisão da sua vida, seu envolvimento com drogas e bebidas, da família, e  inclusive no seu casamento de 17 anos, com Anjelica Huston, filha de um famoso diretor de cinema, de quem separou depois de uma série de casos extraconjugais  com  atrizes e camareiras. Ele resgata a vida do casal no roteiro de Acerto Final, interpretado pelos dois, como um casal idoso.

O filme é enriquecido pelas entrevistas de Roger Corman, Jonathan Epaminondas, Henry Joglom, Christopher Floyd e Jean–Baptiste Torel. Longe das câmeras desde 2010, Nicholson vive uma vida reclusa e solitária, e segundo um amigo, usa óculos escuros para evitar que vissem sua alma. Ele confessou numa das suas muitas entrevistas, que sem os óculos  é apenas um velho gordo e calvo e admitiu que optou pelo silêncio como parte da sua natureza.(Kleber Torres_)

 

Ficha Técnica

Título :  Dr. Jack & Mr. Nicholson

Direção :  Emmanuelle Nobécourt

Roteiro  :  Emmanuelle Nobécourt e Jeanne Burel

Entrevistas : Roger Corman, Jonathan Epaminondas, Henry Joglom, Christopher Floyd e Jean–Baptiste Torel

Gênero : Documentário

2019