domingo, 26 de julho de 2020

Um drama humano agravado pela crise da meia idade


O Estado das Coisas (Brad’s Status) é o segundo longa-metragem dirigido pelo cineasta e ator Mike White e tem como foco o drama existencial de um homem de classe média, Brad Sloan (Ben Stiller), que aos 47 anos, casado, pai de um filho prestes a ingressar numa universidade e atuando como consultor de organizações sociais não lucrativas, entra em crise  ao contabilizar os danos e perdas ao longo da sua vida, pois se julga um fracassado e sem perspectivas. Esta crise o deixa frequentemente com insônia, depressivo e pessimista.

 

O parâmetro  de sucesso utilizado  por Brad são os amigos famosos e bem sucedidos: um executivo proprietário de empresas e com jato particular, uma celebridade do mundo do cinema, um acadêmico com livre trânsito na Casa Branca e na mídia, além de um gênio que se aposentou aos 40 anos, depois de vender uma start up bem sucedida na área da tecnologia. Hoje, eles são pessoas distantes e de quem ele tem notícias através das redes sociais, das fofocas nos jornais e que sequer o convidam para as festas do grupo.

 

Brad tem um casamento estável com Melanie (Jenna Fischer), que complementa a renda familiar trabalhando para o governo e não tem esperança de receber nem mesmo uma herança dos país que pretendem deixar os seus bens para os netos e para instituições de caridade. Como consultor de ongs, ele se preocupa com o pagamento da hipoteca da casa e com a falta de recursos para o custeio da universidade para o filho Troy (Austin Abrams),  um pianista que pretende estudar música numa universidade de primeira linha.

 

Tudo na vida do Brad é fator de comparações e se de um lado ele tem como referências de sucesso os ex-colegas da faculdade, onde foi um aluno de destaque, por outro antecipa com inveja  o sucesso profissional do filho como um astro da música, o que lhe daria uma velhice tranquila e protegida, mas o afundaria ainda mais numa crescente sensação de fracasso, o que o filme evidencia através do recurso do voice-over e dos flash-backs, dando vazão aos seus pensamentos recônditos e reflexões.

 

O Estado das Coisas – que tem no Brasil o mesmo título de um filme de Win Wenders, em preto e branco,  rodado em Portugal, nos idos 1982, sobre a distópica sobrevivência na terra após o apocalipse-  aborda de forma realista um drama humano comum, que afeta as pessoas na meia idade e as relações familiares. Também revela as preocupações  de um pai que tenta se projetar no sucesso futuro do filho, sabendo que a música é um campo abrangente e espinhoso, que abriga artistas bem sucedidos e um grande número de anônimos. 

A história também inclui as relações de poder e isto se evidencia quando Brad intercede junto a um colega para conseguir uma audiência para o filho numa universidade,  ocasião em que descobre que o ex-colega empresário bem sucedido não passava de um trambiqueiro prestes a ser preso a qualquer momento, que o amigo influente na politica era um homem como ele e que o lançador milionário de start ups  na área de tecnologia não passava de um beberrão viciado em drogas ou que o cineasta famoso levava uma vida ilusória, porque afinal de contas nem tudo é o que parece ser e nem tudo o que  as vezes parece translucido aos nossos olhos, às vezes não passa de uma quimera ou quando não, uma ilusão de ótica passando rápida como a vida.(Kleber Torres)

 

 

Ficha técnica:

 

Título  : O estado das coisas (Brad’s Status)

Direção e Roteiro: Mike White

Elenco : Ben Stiller, Michael Sheen,  Jenna Fischer, Luke Wilson, Jemaine Clement, Austin Abrams, Shazi Raja e Mike White

Cinematografista : Xavier Grobet

Música : Mark Mothershaug

Lançamento: 2017

 


sábado, 18 de julho de 2020

Uma saga com sangue em abundância do começo ao fim

 


O filme  Rambo – até o fim (Last Blood) é o quinto e último de uma franquia iniciada a partir do romance First Blood (1972), de David Morell e que deu origem ao primeiro da série Rambo –programado para matar ( (First Blood ), que chegou às telas  há quase quatro décadas, sempre protagonizados por Sylvester Stalonne. Ele interpreta boina verde e ex-combatente da guerra do Vietnã, John Rambo, que num dos filmes chega a ser comparado com um deus, que perdoa, mas ele, infelizmente, não.

O primeiro filme da série também conhecido como Rambo I (First Blood), foi lançado em 1982, tendo como cenário a volta do ex-comando especial que enfrenta os policiais de uma cidade americana, que o perseguem numa caçada humana. Em 1985, é a vez de Rambo II – A missão (First Blood II), que tem como cenário o sudeste asiático  para onde o soldado retorna para uma missão de resgate contra vietcongs.

Em 1988, é a vez do Rambo III – (First Blood III), quando o ex-soldado deixa o mosteiro budista e vai ao Afeganistão dominado pelos russos que enfrentam guerrilheiros islâmicos e sequestram o coronel Samuel Traut (Richard Krenna), seu comandante e mentor.  10 anos depois, em 2008, a franquia foi retomada com Rambo IV (First Blood IV) quando ele deixa o pacato sítio onde vivia para libertar dois missionários em cativeiro no sudeste asiático. O ele dos três filmes do meio é ideológico, expondo a disputa entre americanos e os comunistas do Vietnã e os russos, apesar do esfacelamento da União Soviética.

O último filme da série, Rambo – até o fim (Last Blood) ou Rambo V, foi produzido em 2019 e dirigido por Adrian Grunberg, a partir de um roteiro de Matthew Cirunilk e de Sylvester mostrando um envelhecido John Rambo, vivendo pacificamente em um rancho na fronteira entre os Estados Unidos e o México, onde cuida do seu gado, das suas terras e escava uma complexa rede de túneis.

Na fazenda, ele vive Gabrielle (Yvette Monreal), órfã ainda criança e que fora abandonada, sendo criada pela avó Maria Beltran (Adriana Barraza). Decidida a encontrar o pai, ela conta com a ajuda de uma amiga que agora vive no México para localizá-lo, mas é alertada por Rambo de que o coração de um homem – o seu pai - pode ser sombrio e não conter nada de bondade.

Contra a vontade da avó e de Rambo, que a aconselham a não partir em busca do pai, no México,  ela viaja para o país vizinho e, após ser rejeitada pelo próprio genitor, acaba sequestrada por  para uma gangue que opera uma rede de prostituição internacional liderada por El Flaco (Pascasio Lopes) e seu irmão, os quais tratam as mulheres não como seres humanos, mas como mercadorias negociáveis e descartáveis.

Ao perceber o desaparecimento da jovem que não dava sinais de vida, John Rambo (Sylvester Stalonne) decide ir até o Mèxico para tentar encontrá-la. No primeiro embate, ele escapa milagrosamente da morte e é salvo por uma jornalista Carmen (Paz Veja), que lhe indica a base de operações do cartel, que havia sequiestrado e eliminado a sua irmã.

Ele vai ao antro de prostituição, resgata a jovem, que acaba morrendo em consequência de uma overdose, quando era levada para casa. Rambo então retorna ao México para uma vingança e mata um dos lideres do grupo numa chacina, levando a sua cabeça como troféu e então retorna ao sitio onde vivia para se preparar a um confronto final e sem perdão para os inimigos.

Mas mesmo se preparando para a morte dele e dos inimigos, com fogo, bombas, tiros, flechadas e golpes de sua faca de aço, o filme revela  o normal para quem considera que  só viveu num mundo de mortes e ao tentar voltar para a casa, não conseguiu, porque ali só restavam fantasmas daí a luta apenas para manter a memória viva mesmo entre sangue e corpos quase sempre insepultos.(Kleber Torres)

 

Ficha Técnica

 

Título : Last Blood (Rambo – até o fim)

Direção : Adrian Graunberg

Roteiro : Matthew Cirulnick, Silvester Stalonne, David Morell e Dan Gordon

Elenco: Silvester Stalonne, Paz Veja, Sergio Peres-Mencheta, Adriana Barnaza, Yvete Monreal, Genie Kim

Cinematografia : Brendan Galvin

Música : Brian Tyler

Lançamento : setembro de 2019

1h e 40 minutos


domingo, 12 de julho de 2020

Arte como opção de quem não precisa dos pés para voar


 

A fé não pode e nem deve morrer, esta é talvez a principal lição do filme Don’t Worry, He Won’t Get Far on Fott (A pé ele não vai longe), um filme autobiográfico, cujo título é baseado em um cartoon de John Callahan (Joaquin Phoenix), um homem inquieto, insatisfeito por ter sido um garoto adotado e rejeitado pela mãe, um bêbado contumaz e que  acaba tetraplégico, depois de um grave acidente de carro após uma interminável bebedeira em companhia de um amigo que acabara de conhecer numa festa.

 

O acidente limitante, que o deixa incapacitado numa cadeira de rodas e com problemas motores,  transforma sua vida. Ele acaba se reinventando e se consagra como  um dos cartunistas mais questionadores, ácidos e perseverantes do mundo, com criticas ao politicamente correto e esbanjando humor negro com relação à sua deficiência física, à sua doença, ao racismo, ao sexo, à religião e mesmo ao american Way of life, que define o modo de vida do americano médio.

 

O trabalho e os amigos são fatores lhe permitem superar as sua limitações físicas, perdoando os desafetos e prosseguindo uma carreira artística polêmica com apoio da sua namorada Annu (Rooney Mara), e de um amigo Donnie (Jonah Hill) que conheceu nos alcoólicos anônimos. Ele também se supera dirigindo de forma imprudente sua cadeira de rodas pelas ruas ou até participando com ela de brincadeiras e quedas em rampas improvisadas com jovens skatistas nas ruas.

 

No seu caminho de autossuperação, ele passou a frequentar o AA inicialmente sem deixar de beber e desenvolveu com esforço sua capacidade como desenhista  segurando a caneta entre as duas mãos, graças ao uso parcial  dos movimentos da parte superior do corpo, o que recuperou com longos e penosos exercício, o que lhe permitiu trabalhar por 27 anos no jornal semanário Portand Willamette Week, que o manteve como colaborador enfrentando processos e protestos de leitores.

 

Seu estilo artístico visual de desenho era simples, direto, quebrava tabus e valia como um soco na cara do leitor. O cartum que dá ao titulo do filme é um desenho seu de uma cadeira de rodas semienterrada na área do deserto enquanto um dos três cowboys que perseguia o futivo comenta para os amigso: “acredito que a pé ele não deve ir muito longo”, um estilo que o torna comparável a grande nomes do desenho americando   como Richard Condie, Ben Wicks,  William Steig, Charles rodrigues e Gahan Wilson. Seu trabalho gerou duas séries de desenhos na televisão e um filme, mostrando o que é  uma opção na vida até porque ninguém precisa dos pés para voar.(KLeber Torres)

 

 

Ficha técnica

Título : Don’t Worry, He Won’t Get Far on Foot (A Pé Ele Não Vai Longe)

Direção e  Roteiro: Gus Van Sant

Elenco : Joaquin Phoenix, Jonah Hill, Rooney Mara, Jack Black e Betty Ditto

Fotografia: Christopher Blausvit

Música : Danny Elfmann

2018


sábado, 11 de julho de 2020

O pai inventivo da ficção científica e que previu o futuro


 

Apresentado e dirigido pelo cineasta  Ridley Scott,  que também nos brindou com filmes como  Allien, o 8° passageiro(1979), Blade Runner(1982), Prometheus(2012), Perdido em Marte(2015) e Allien, Covenant(2017), a série de documentários Prophets of Science Fiction(Profetas da Ficção Científica), apresenta em oito episódios exibidos pelo canal Science os ícones de um gênero que nos leva e antecipa de forma criativa uma visão do futuro. Um dos documentários é dedicado a Júlio Verne(1828/1925), considerado o pai da ficção científica, autor de mais de 100 livros traduzidos em 148 idiomas.

A série nos brinda com filmes de quase uma hora de duração sobre Mary Shelly (transplantes), Philip K. Dick (realidade virtual), H. G. Wells (viagens no tempo), Arthur C. Clarke (telecomunicações via satélite), Isaac Asimov (leis da robótica), Júlio Verne (viagens espaciais e uso da energia nuclear em submarinos), Robert Heinlein (política) e George Lucas (uso da força e do poder).

O documentário sobre Júlio Verne, por exemplo, nos leva ao mundo criativo do escritor de 20.000 léguas submarinas, um submersível nuclear comandado pelo capitão Nemo, que nos guia por caminhos abissais e cheios de aventuras. Mas Verne é muito maior e previu também armas elétricas como o taser, aparelho de choque defesa pessoal e as até mesmo viagens espaciais, com aventuras ficcionais na Lua e em Marte.

Ele também escreveu Ilhas Misteriosa e sobre o uso da água como combustível através de células de hidrogênio para movimentar veículos, bem com o romance Robur, o Conquistador, personagem  que construiu uma máquina voadora mais pesada que o ar,  um dirigível e usa o veículo para sequestrar o presidente e o secretário do Weldon-Institute como retaliação pela forma como o receberam. O livro foi publicado em 1886, ou seja, alguns anos antes dos primeiros voos de aviões em 1903.

Ele pode também ser considerado precursor do Steampunk,  também conhecido como Vapor Punk ou Tecnavapor, um subgênero da ficção científica, ou ficção especulativa, que ganhou fama no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 do século passado, uma forma considerada pós-moderna do gênero iniciado por Verne um século antes.

O escritor que é um dos mais criativos e mais vendidos ao longo do tempo, previu a primeira guerra mundial em um dos seus romances, com o uso de aviões e das máquinas de guerra, como tanques, o que o levou a questionar o seu lugar na literatura e  a destruir todo o seu trabalho inacabado, um conjunto de anotações que acumulou ao longo do tempo em que acompanhava e pesquisava o avanço da ciência nas diversas áreas como astronomia, física e química.

Mas mesmo assim, ele nos legou Paris no Século XX,   escrito em 1863,  o seu último livro publicado postumamente em 1989, quando o manuscrito foi encontrado por um bisneto do escritor, nos revelando uma sociedade materialista, cheia de arranha-céus, influenciada por cientistas e inventores vivendo em um mundo conectado por fax, telégrafos e internet além de outros aparatos tecnológicos como a televisão.

Paris no século XX nos remete a uma cidade dos anos 60 e é considerado um livro “noir”, com conteúdo depressivo e que o editor aconselhou o escritor a não publicá-lo na época, pois fugia à fórmula de sucesso dos livros já escritos, que falavam de aventuras extraordinárias e de grandes invenções. Verne, envelhecido e doente, seguiu seu conselho, mas, felizmente para nós,  guardou o manuscrito num cofre e que foi encontrado quase um século depois por um dos seus descendentes.(Kleber Torres)


domingo, 5 de julho de 2020

A magia e encantamento dos filmes de um cineasta versátil e criativo

 

 

O documentário Spielberg, dirigido por Susan Lacy a partir de um minucioso trabalho de pesquisa e exibido pela HBO,  reúne diversas entrevistas e depoimentos  interessantes com artistas, diretores e pessoas ligadas ao mundo do cinema, mas também nos leva ao longo de 147 minutos a uma ampla reflexão sobre os filmes e a obra do cineasta mais expressivo do cinema mundial, que também investe na produção de filmes de outros autores e em projetos diversificados que movimentam bilhões de dólares.

 

O próprio Steven Spielberg considerou “uma experiência muito interessante ser o assunto de um filme, quando eu passei minha carreira inteira buscando assuntos para meus filmes. E estar repentinamente no centro das atenções  para mim foi intimidador e assustador”,  Ele não só venceu este desafio, como também falou em uma série de 17 entrevistas com a diretora sobre a sua insegurança e preocupação quase perfeccionista com cada cena que dirige e com o uso de um jogo de câmeras em cenas de impacto.

 

O cineasta admitiu em um dos seus depoimentos no filme sobre o terrível momento em que o diretor chega no set de filmagens  e não sabe o que vai fazer, mas também não pode revelar a ninguém sobre esta fragilidade, “senão não conseguir  ter o respeito de ninguém”, concluiu.

 

O cinema e as imagens sempre estiveram na vida do cineasta desde a juventude quando produzia filmes caseiros e de ficção no Arizona, com cenas até de combates aéreos. Ele conta que ainda adolescente assistiu diversas vezes Lawrence da Arábia, um épico dirigido por David Lean, em 1962 e que quase o levou a desistir do sonho e da carreira como cineasta em função da técnica primorosa do diretor.

 

Spielberg faz referências especiais a uma sequência da película como as imagens primorosas em que Peter Toole usando roupas brancas no deserto se vê numa faca utilizada como espelho, o que se contrapõe à cena em que ele aparece depois de uma luta com a mesma faca e as vestes manchadas de sangue

 

Com diversas entrevistas de diretores  que integram o seu circulo de amigos e parceiros, a exemplo de Martin Scorsese, Brian de Palma, Francis Ford Coppola e George Lucas, que acompanharam a sua trajetória e com quem troca informações e experiências, o filme inclui ainda depoimentos com atores que dirigiu entre os quais Daniel Craig, Laura Dern, Leonardo de Caprio, Harrison Ford, Tom Hanks, Dustin Hofmann, Liam Neeson e Richard Dreyfus que falaram sobre os filmes e do estilo do diretor, que produz filmes comerciais, mas imprime um toque pessoal e que leva o público a refletir sobre questões políticas, raciais e éticas.

 

 

“Eu não gasto muito tempo em qualquer tipo de autoanálise. De certa maneira, eu deixo meus filmes fazerem isso. E deixo vocês me entenderem por meio deles. Eu só gasto muito tempo buscando boas histórias e as conto”, declarou Spielberg, para quem seus filmes são uma terapia e incluem fatos ou passagens que marcaram a sua vida e a sua infância.

 

O cineasta falou de um dos seus primeiros filmes, Duel (Encurralado), de 1971, filmado em 13 dias e que  se passa em estradas quase deserta, mostrando um duelo anônimo e mortal  um caminhoneiro que usa o veículo para perseguir a um  vendedor de produtos eletrônicos. O filme ele definiu como a sua vida no tempo da escola, termina com a morte do caminhão agonizante como uma pessoa e sem a esperada explosão sugerida pela produtora.

 

Ele também fez filmes como Louca escapada, que o consagrou em 1974 e o convite para dirigir Tubarão, produzido quatro anos depois e que conquistou três Óscares. O filme sofreu vários atrasos em função das filmagens no mar, que são lenta e defeitos no tubarão mecânico,  o que levou muitas cenas a apenas sugerir a presença do predador simbolizado num tema musical ameaçador e minimalista criado pelo compositor John William.

 

Tubarão  também não tinha roteiro acabado e as sequências eram escritas 12 horas antes da filmagem, um verdadiero pesadelo para o diretor que não sabia se iria concluir as fimagens em função das dificuldades técnicas e operacionais que elevaram o custo do filme para mais de US$ 9 bilhões.

 

Em Tubarão, Spielberg descobriu um recurso que utilizaria em outros filmes de sua autoria, porque o que não se vê é mais assustador do que o que é visto. Ele também muito jovem começou a frequentar os estúdios de cinema e aos 20 anos, dirigiu Joan Crawford numa série televisiva de sucesso Galeria do terror (Night Galery), que o levou para a direção de filmes.

 

 O documentário centrado  no trabalho e na obra do diretor, mostra a relação do cineasta com os pais, o impacto pessoal da sua separação na vida do filho  e o relacionamento com as irmãs. A mulher e os filhos de Spielberg, aparecem referencialmente e as imagens mostram obras do cineasta e comentários de filmes como Contatos Imediatos (1977), que foi influenciado por 2001 – Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, Império do Sol (1987), ET – O extraterrestre (1992), Prenda-me se for capaz (2002) e outras obras do cineasta como o Resgate do Soldado Ryan (1998)  e a Lista de Schindler(1993), sobre a questão judaica e o holocausto.(Kleber Torres)

 

 

 Ficha Técnica

Título : Spielberg

Direção : Susan Lacy

Elenco : Martin Scorsese, Brian de Palma, Francis Ford Coppola,  George Lucas, Daniel Craig, Laura Dern, Leonardo de Caprio, Harrison Ford, Tom Hanks, Dustin Hofmann, Liam Neeson e Richard Dreyfus

Gênero : Documentário

HBO

147 minutos.