Apresentado e dirigido pelo
cineasta Ridley Scott, que também nos brindou com filmes como Allien,
o 8° passageiro(1979), Blade Runner(1982), Prometheus(2012), Perdido em
Marte(2015) e Allien, Covenant(2017), a série de documentários Prophets of Science Fiction(Profetas da
Ficção Científica), apresenta em oito episódios exibidos pelo canal Science
os ícones de um gênero que nos leva e antecipa de forma criativa uma visão do
futuro. Um dos documentários é dedicado a Júlio Verne(1828/1925), considerado o
pai da ficção científica, autor de mais de 100 livros traduzidos em 148 idiomas.
A série nos brinda com filmes
de quase uma hora de duração sobre Mary Shelly (transplantes), Philip K. Dick
(realidade virtual), H. G. Wells (viagens no tempo), Arthur C. Clarke
(telecomunicações via satélite), Isaac Asimov (leis da robótica), Júlio Verne (viagens
espaciais e uso da energia nuclear em submarinos), Robert Heinlein (política) e
George Lucas (uso da força e do poder).
O documentário sobre Júlio
Verne, por exemplo, nos leva ao mundo criativo do escritor de 20.000 léguas submarinas, um
submersível nuclear comandado pelo capitão Nemo, que nos guia por caminhos
abissais e cheios de aventuras. Mas Verne é muito maior e previu também armas elétricas
como o taser, aparelho de choque defesa
pessoal e as até mesmo viagens espaciais, com aventuras ficcionais na Lua e em
Marte.
Ele também
escreveu Ilhas Misteriosa e sobre o
uso da água como combustível através de células de hidrogênio para movimentar veículos,
bem com o romance Robur, o Conquistador,
personagem que construiu uma máquina
voadora mais pesada que o ar, um
dirigível e usa o veículo para sequestrar o presidente e o secretário do
Weldon-Institute como retaliação pela forma como o receberam. O
livro foi publicado em 1886, ou seja, alguns
anos antes dos primeiros voos de aviões em 1903.
Ele pode
também ser considerado precursor do Steampunk, também conhecido como Vapor Punk ou
Tecnavapor, um subgênero da ficção científica, ou ficção especulativa, que
ganhou fama no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 do século passado,
uma forma considerada pós-moderna do gênero iniciado por Verne um século antes.
O escritor
que é um dos mais criativos e mais vendidos ao longo do tempo, previu a
primeira guerra mundial em um dos seus romances, com o uso de aviões e das
máquinas de guerra, como tanques, o que o levou a questionar o seu lugar na
literatura e a destruir todo o seu
trabalho inacabado, um conjunto de anotações que acumulou ao longo do tempo em
que acompanhava e pesquisava o avanço da ciência nas diversas áreas como
astronomia, física e química.
Mas mesmo
assim, ele nos legou Paris no Século XX, escrito em 1863, o seu último livro publicado postumamente em 1989,
quando o manuscrito foi encontrado por um bisneto do escritor, nos revelando
uma sociedade materialista, cheia de arranha-céus, influenciada por cientistas
e inventores vivendo em um mundo conectado por fax, telégrafos e internet além
de outros aparatos tecnológicos como a televisão.
Paris no
século XX nos remete a uma cidade dos anos 60 e é considerado um livro “noir”, com
conteúdo depressivo e que o editor aconselhou o escritor a não
publicá-lo na época, pois fugia à fórmula de sucesso dos livros já escritos,
que falavam de aventuras extraordinárias e de grandes invenções. Verne,
envelhecido e doente, seguiu seu conselho, mas, felizmente para nós, guardou o manuscrito num cofre e
que foi encontrado quase um século depois por um dos seus descendentes.(Kleber Torres)
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