domingo, 19 de abril de 2020

A luva nem sempre dourada de um açougueiro





Considerado uma comédia de humor negro,  Der Goldene Handschuh (Bar  Luva Dourada), transcende os limites da violência e  da sordidez que superam qualquer expectativa, com uma narrativa centrada  na Hamburgo de 1970, onde vive Fritz Honka  (Jonas Dassler), um homem fracassado, com o rosto deformado, que reside  numa água furtada em um prédio habitado por migrantes em situação irregular e é na realidade um serial killer. A interpretação de Dassler lhe valeu um prêmio de destaque no Festival de Berlim.
À noite, este estranho personagem vagueia por um bairro boêmio da cidade frequentando o Bar Luva Dourada ao lado de bêbados, prostitutas, homossexuais,   desempregados ou figuras em decadência como um ex-capitão nazista da SS, além de homens e mulheres idosos, muitas vezes sem renda e distantes até mesmo de uma aposentadoria ou de qualquer ajuda do estado.
Ninguém desconfia que, na verdade, Fritz é psicopata e um serial killer que assustou a sociedade de Hamburgo por ser responsável pelo desaparecimento de mulheres. Ele persegue, maltrata e mata mulheres velhas e solitárias que conhece no seu bar favorito, e as esquarteja em seu pequeno apartamento sem nenhuma higiene.
Honka deposita os corpos em vãos fechados no interior do imóvel onde reside e que exala um forte odor reclamado por um vizinho grego em situação possivelmente ilegal no país e que por isso não teria prestado queixa às autoridades policiais. O piso do apartamento também vazava o sangue das suas vítimas.
O psicopata operou por vários anos impunemente e trabalhava como vigilante numa empresa, em que pese o desaparecimento de mulheres ter ocupado espaço no em noticiário. No filme a única exceção à violência e às cenas de sexo ou de esquartejamento de corpos acondicionados em fardos, é a beleza da jovem Petra (Greta Sophie Schmidt), uma adolescente que desperta a atenção do assassino e escapa da morte por uma contingência do acaso.
No mundo real,  a história trajetória sanguinária de Fritz Honka foi resgatada pelo escritor alemão Heinz Strunk, e adaptada pelo cineasta Fatih Akin, de ascendência turca,  que também roteirizou o filme como uma comédia infernal. 
O Bar Luva Dourada,  conquistou vários prêmios no 69º Festival de Berlim, maior prêmio  do Cinema Alemão, ficando em 2019   com o de  melhor ator para Jonas Dassler;  de Melhor Atriz Coadjuvante para Margarete Tiesel; Melhor Design de Produção, para o cinematografista Tamo Kunz e de melhor figurino, para  Katrin Aschendorf. (Kleber Torres)

Ficha Técnica:
Título : Der Goldene Handschuh (Bar da Luva Dourada)
Direção e  Roteiro : Fatih Akin 
Elenco: Jonas Dassler, Margarete Tiesel, Greta Sophie Schmidt, Hark Bohm, Marc Hosemann, Tristan Göbel e Adam Bousdoukos
Música : F.M.Einheit  
Cinematografista: Tamo Kunz
IdiomasAlemão e grego
2019
115 minutos

Nenhum comentário:

Postar um comentário