domingo, 23 de maio de 2021

Um drama humano que ultrapassa as fronteiras da loucura


 

A questão da loucura e da inclusão social dos pacientes com esquizofrenia  é o tema de Palavras Nas Paredes do Banheiro, que narra o drama de Adam (Charlie Plumer), um estudante que sofre alucinações, e participa do teste de uma nova droga inteligente capaz de atenuar os sintomas da doença facilitando a sua integração na escola, no trabalho e na vida familiar.

Em função dos efeitos colaterais, Adam, que pretende se especializar em gastronomia, interrompe por conta própria o uso do medicamento que joga nos jardins da sua casa e volta a ter alucinações recorrentes  com personagens imaginários que vivem ao seu redor, a exemplo do segurança interpretado por Lobo Serbastian e de Rebecca (Annasophia Robb).

No seu drama pessoal e existencial Adam discute suas dúvidas com o padre Patrick (Andy Garcia) e tem sua vida alterada quando entra em contato com  a colega de sala Maya Arnez (Taylor Russell), a quem contrata para um reforço em matemática e por quem acaba se apaixonando. A história é baseada no livro homônimo  de Julia Walton, que narra o drama de Adam, jovem que se preparava para a conclusão do ensino médio e acessar a uma universidade,

O filme tem direção competente de Thor Freudenthal, que assinou ‘Diário de um Banana’ e ‘Percy Jackson e o Mar de Monstros’. e mostra que além dos medicamentos, do apoio da família e da comunidade o amor é uma porta que se abre para a inclusão dos esquizofrênicos, que têm seus limites e suas possibilidades mesmo  disputando espaço num mundo cada vez mais competitivo, racional e tecnológico. Afinal quais os limites da sanidade e da loucura? (Kleber Torres)

 

Ficha Técnica:

Título : Words on the Bathroom (Palavras nas paredes do banheiro)

Direção: Thor Freudenthal

Roteiro : Nick Naveda

Elenco : Charles Plummer, Taylor Russel, Andy Garcia, Annasophia Robb,Beth Grant, Devon Bostik, Lobo Sebastian, Molly Parker

Cinematografista : Michael Goi

Gênero : Drama

Direção : 111 minutos

Origem : Estados Unidos

Ano 2020


sábado, 8 de maio de 2021

Quando a burocracia atravanca até a prisão de um serial killer



 

O filme Citizen X (Cidadão X) narra a história de  um serial killer Andrei Chikatilo, interpretado por Jeffrey De Munn, um pacato pai de família e integrante do Partido Comunista,  que durante 12 anos matou 52 pessoas, 35 delas ainda crianças e jovens com menos de 17 anos,  na antiga União Soviética. Ganhador de um Globo de Ouro e de um Emmy, o filme foi dirigido por Chris Gerolmo, que construiu o roteiro a partir do livro The Killer Departament, de Robert Cullen, sobre um psicopata que ficou conhecido como “Monstro de Rostov”, matando mais de cinco dezenas de vítimas entre 1978 a 1990, sendo preso somente após uma mobilização das forças de segurança atuando na identificação de suspeitos em estações ferroviárias.

 

Tudo começou no  início dos anos oitenta quando corpos de algumas crianças  violentadas foram encontradas na área rural. As vítimas eram mortas a facadas com requinte de crueldade, de abuso sexual em alguns casos e apresentavam ferimentos nos olhos.

 

As investigações começaram com  médico legista Viktor Burakov (Stephen Rea), recebe os corpos das primeiras vítimas no necrotério e apresenta um informe para as autoridades de segurança e burocratas do partido, os quais discordam da  teoria de que estavam enfrentando a ação de um serial killer, o que seria um problema apenas dos  países capitalistas com as suas contradições. Neste caso, a ajuda de peritos do FBI não podia nem ser cogitada.

 

Enfrentando as barreiras da burocracia, que limitava até os pedidos de apoio de mais investigadores ou mesmo de equipamentos, como computadores, Burakov acaba assumindo o comando das investigações, contando  com a ajuda do coronel Mikhail Fetsov (Donald Sutherland). A ajuda se fortalece com sua promoção a general, o que permitiu afastar da coordenação das investigações aos burocratas do partido.

 

Nos primeiros anos das investigações Burakov chega a deter Chikatilo, com uma faca e uma corda na bolsa que levava, mas tem de soltá-lo porque era trabalhador de uma fábrica e um camarada membro do partido. Os burocratas  também evitaram que o assunto chegasse aos jornais, para não alarmar a população sobre o desaparecimento e morte de pessoas, bem como colocaram um burocrata e promotor de Moscou, para, sem sucesso coordenar as investigações que eram direcionadas aos homossexuais da comunidade.

A prisão do serial killer esbarrou porém na sua estratégia para evitar uma confissão dos crimes, adiando a cada dia a confissão dos crimes, o que poderia implicar na necessidade de sua soltura por falta de provas para posterior condenação. A mudança no caso acontece, com a convocação do psiquiatra Alexander Bukhan (Max Von Sidow), que com análises acadêmicas traçou um perfil do sociopata, o Cidadão X e conseguiu quebrar a sua resistência, ajudando assim na condenação do assassino.(Kleber Torres_)

Ficha técnica

 

Título : Citizen X  (Cidadão X)

Diretor e roteirista – Chris Gerolmo

Elenco : Stephen Rea, Donald Sutherland, Max Von Sydow, Jeffrey De Munn, John Wood, Imelda Stauton w Tusse Silbery

Cinematografista – Robert Fraisse

Gênero :  Suspense e Terror

EUA

1995

110 minutos