O documentário Zé
de Julião muito além do cangaço, dirigido,
roteirizado e produzido por Hermanno Penna, nos conta em 72 minutos, através depoimentos,
a história de um dos cabras de Lampião que sobreviveu à chacina de Angico, em 28 de julho de 19 38.
Ele se tornou um empresário bem sucedido na área construção civil com obras no
Rio de Janeiro e em Brasília durante a implantação da capital federal, optando
por voltar para Poço Redondo onde acabou assassinado ao se envolver na disputa
da prefeitura local.
A história, que havia sido retratada
de forma ficcional pelo cineasta em Aos
Ventos Que Virão (2014), foi retomada dois anos depois, num documentário com base em depoimentos de
familiares e pessoas com quem Zé Julão
conviveu. Ele nasceu de uma família abastada e ainda jovem aderiu, como a
maioria dos rapazes de sua terra Poço Redondo ao cangaço, se tornando a região de
origem da maioria dos integrantes do bando de Lampião.
Depois da morte de Lampião e
com o esfacelamento do bando, Zé de Julião conseguiu escapar à perseguição das
volantes e se transferiu para o Rio de Janeiro onde trabalhou como mestre de
obra e depois dono de uma construtora. Capitalizado depois de participar da
construção de Brasília, ele retorna a Poço Redoando, e ingressa na política
candidatando-se a prefeito, mas ao enfrentar aos poderosos e grandes proprietários
acaba assassinado.
Os depoimentos falam de fraudes numa eleição para prefeito na qual foi acabou impedido de
assumir o cargo do executivo municipal e que acabou resultando na sua morte. O documentário tem como contraponto notícias de
jornais da época, mostrando os intrincados
bastidores de jogo político mortal até para quem lutou no cangaço e enfrentou
as volantes, mas tomba
enfrentando aos senhores da vida e da morte, que estão acima do bem e do mal. (Kleber
Torres)
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