domingo, 15 de março de 2020

A distopia de um Brazil com z




Nos tempos distópicos de coronavírus, vale a pena rever Brazil – o filme, dirigido por Terri Gillian, em 1985, que também assina o roteiro em conjunto com Charles McKeown e Tom Stoppard, uma história sobre um país dominado por um sistema opressivo, excessivamente burocrata, com um aparente avanço tecnológico, mas onde nada funcionava a contento ou era improvisado.  
Neste cenário transita  Sam Lowry (Jonathan Pryce), um burocrata que trabalha no serviço de informações, o coração do poder e conta com a proteção da sua mãe, uma figura influente na alta sociedade, Ida Lowry (Katherine Helmond), que prepara nos bastidores a escalada política e social do filho.
Ida é uma estranha figura  feminina, uma mulher frívola, que vive se submetendo a estranhas cirurgias plásticas em profusão e outros procedimentos heterodoxos na busca da eterna juventude e da beleza perdida. Em contraposição às festas frequentes promovidas pela elite, explodem bombas em atentados a restaurantes, lojas, centros comerciais e casas noturnas gerando reações repressivas do governo, que mobiliza as forças de segurança na captura dos terroristas, que também prestam serviços realizando reparos nos equipamentos domiciliares de energia, abastecimento de água e na rede de computadores, numa espécie de terrorismo reverso .
Neste cenário, Sam Lowry transita indiferente à política e ao sistema, embora trabalhe em uma orgão do governo ligado à vasta rede de informações. Ele mora em um pequeno apartamento e vive  fiscalizado por uma mãe dominadora, mas se complica quando passa a namorar uma mulher suspeita de ser terrorista, fazendo com que ele passe a ser perseguido pelo governo e sua vida sofra reviravoltas imprevisíveis até mesmo para quem viva no coração sistema e tenha sido promovido numa nítida escalada ascensional em uma sociedade distópica.
Como o filme foi lançado próximo ao final do regime militar, muito se especulou entre a crítica e os cinéfilos, Brazil - o filme não seria uma crítica velada ao  país naquele momento de transição, funcionando como uma crítica ao autoritarismo. Em tempo, a música tema do filme é Aquarela do Brasil. Brazil concorreu a dois Oscars  (Melhor Roteiro Original e Melhor Direção de Arte), sem lograr nenhuma premiação e venceu, no British Academy Film Awards, conquistando os prêmios de efeitos especiais e desenho e produção.(Kleber Torres)

Ficha técnica:
Título – Brazil /Brazil - O Filme
Direção: Terry Gilliam
Roteiro : Terry Gillian, Tom Stoppard e Charles McKeown
Elenco: Jonathan Pryce, Robert De Niro, Katherine Helmond, Ian Holm, Bob Hoskins, Michael Palin e Ian Richardson
Gênero: Ficção científica
Música : Michael Kamen
Cinematografia: Roger Pratt
Efeitos especiais: George Gibbs
Origem : Reino Unido
Ano :1985
132 min

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