Rodado
em preto e branco, o filme Ed Wood, dirigido por Tim Burton faz uma
biografia de Edward Davis Wood Júnior, ator, diretor e produtor de Glen or
Glenda, Jailbait, Bride of Monster (A Noiva do Monstro) e Plano 9 do Espaço
Sideral, considerado pela crítica o pior diretor de todos os tempos, um
título que lhe foi outorgado oficialmente após a sua morte. O filme teve o roteiro
baseado no livro Nightmare
of Ecstasy : Life and arte of Edward D. Wood Jr, de Rudolph Grey e que
foi um fracasso de bilheteria, com um custo em 1994 de US$ 18 milhões de dólares,
mas rendendo aos produtores menos de um terço do valor investido no projeto.
No filme Ed Wood é um
produtor e diretor de filmes eróticos, de terror e de ficção científica, nem
sempre nesta ordem, interpretado por Johnny Depp, numa excelente reconstrução de
um complexo personagem, que também se
travestia vestindo roupas femininas e usava a criatividade e o jeitinho para
enfrentar as eternas limitações financeiras na produção de seus filmes, bem
como no uso de efeitos especiais. Wood usava os recursos mais heterodoxos e que
acabavam com resultados risíveis para os espectadores.
Wood reuniu, nos anos 50,
um grupo de artistas como a Vampira (Lisa Marie) e o vidente Criswell (Jeffrey
Jones) que o seguiam e participavam dos seus filmes ao lado de Bela
Lugosi (Martin Landau), ator de mais de uma centena de filmes, que
havia interpretado o conde Drácula, já em final de carreira, viciado em morfina e
em decadência.
O filme faz um cruzamento
entre a trajetória de Ed Wood, que morreu pobre, com problemas de depressão e
alcoolismo em 1978. A biografia cinematográfica conquistou dois Óscares com Martin Landau como
melhor ator coadjuvante pela sua interpretação de Bela Lugosi e com Rick Baker com a sua
equipe na categoria melhor maquiagem em 1995.
O filme além de narrar as trajetórias de Ed Wood e de
Bela Lugosi nos últimos anos de sua vida,
também faz um contraponto entre o pior cineasta que se compara sempre e
acaba tendo um encontro casual em um bar com Orson Wells (Vincent D’Onofrio), autor
do antológico Cidadão Kane, com quem dialoga sobre os dramas de um diretor sempre
em confronto com os produtores, que cobram resultados pelos seus investimentos.
A biografia cinematográfica de Ed Wood também revela sua
ligação com o cross-dressing, ou seja, o hábito de vestir roupas femininas como
a drag Shirley, que foi seu alter ego
nos seus últimos anos de vida e segundo o próprio, sem nenhuma conotação
homossexual pois sentia atração pelas pessoas do sexo oposto ao seu. O filme
merece ser visto e enriquece o acervo de informações e conhecimento para os
cinéfilos, que vão conhecer os bastidores do cinema que nem sempre é colorido e
muito menos glamuroso. (Kleber Torres)
Ficha
técnica :
Título :
Ed Wood
Diretor
: Tim
Burton
Roteiro :
Tim Burton, Scott Alexander e Larry Karaszewski
Elenco :
Johnny Deep, Martin Landau, Sara Jessica Parker, Patrícia Artquette, Jeffrey
Jones, E.D. Spradlin, Vincent D’Onofrio, Lisa Mariue e Bill Murray
Música :
Howatrd Shore
Cinematografista
:Stefan
Czapsky
Gênero
:
Drama e biografia
EUA
1994
127 minutos
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