Considerado como um ícone do expressionismo
alemão e um marco na história do cinema, o filme Nosferatu,
eine Symphonie des Grauens (Nosferatu, uma Sinfonia do Horror), dirigido em 1922 por Friedrich Wilhelm
Murnau, tem como referência a história de Drácula, romance de Bram Stoker, o
que gerou nos anos 20 uma disputa judicial com os herdeiros do escritor,
culminando com uma decisão judicial para destruição dos negativos e cópias do
filme na Alemanha e na Europa. A decisão não evitou que cópias do filme,
considerado uma obra prima, fossem comercializadas a partir dos Estados Unidos,
onde os direitos autorais já haviam expirado anteriormente.
A história tem como base o drama do corretor de imóveis Thomas Hutter interpretado
pelo ator Gustav von Wangenheim, que negocia a venda de um castelo abandonado e em
decadência para o estranho conde Graf Orlock (Max Schreck). O complicador é que
o conde de hábitos noturnos, vive num
castelo em Bremen, na Alemanha e é na
verdade um vampiro milenar, que espalha o terror na região e é temido pela
população da vizinhança.
O corretor passa alguns dias no castelo
de Bremem, onde ao ter acesso de uma foto de mulher de Hutter, Ellen (Greta Schroeder), o conde passa a se interessar por ela e a influencia mesmo
à distância com seus poderes sobrenaturais. O filme inclui efeitos
especiais elaborados para a época da filmagem e revela para a mudança do conde,
que os vampiros só podem manter a sua força se mantidos durante o dia em caixões
com a terra amaldiçoada em que foram enterrados.
O fato é
que o filme com 105 minutos e um enredo elaborado, tem na única coisa que o diferenciava
do Drácula, o nome do conde rebatizado como Graf Orlock e os dos personagens
centrais da história. Outra diferença foi encontrada para a morte do vampiro,
que morre ao ser atingido pela luz solar, além de inspirar diversas outras
caracterizações de chupadores de sangues, ganhando inclusive um remake em 1979,
batizado como Nosferato – o vampiro da noite, assinado por outro cineasta alemão
Werner Herzog e com a participação do ator Klaus Kinski e a bela Isabelle
Adjani.
Nas vésperas
de comemorar o seu histórico centenário, Nosferatu foi inteiramente restaurado em 2006, com base
em uma cópia de 1922 da Cinemateca Francesa, bem como de uma outra encontrada
no arquivo de cinema alemão e de outra película
encontrada na Tchecoeslováquia, onde o filme foi rebatizado com outro nome para
escapar da disputa judicial dos produtores do filme com a viúva do escritor
Florence Stoker.(Kleber Torres)
Ficha técnica
Título
:
Nosferatu, eine Symphonie des Grauens / Nosferatu, uma Sinfonia do Horror Diretor
Diretor
:
Friedrich Wilhelm Murnau
Roteiro : Henrik Galeen / Bram Stoker
Elenco : Max Schreck, Alexander
Granach, Gustav von Wangenheim, Greta Schroeder,G.H.Schnell, Ruth Landshoff,
John Gottovut, Gustav Botz, Max Nemetz e Wolfgang Heinz
Cinematografista :
Gunther Kampft e Fritz Arno Wagner
Diretor
de arte – Albin Grau
P & B
1922
105 minutos
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