domingo, 10 de outubro de 2021

Um ícone do expressionismo alemão e da história do cinema


                                                                                                     

Considerado como um ícone do expressionismo alemão e um marco na história do cinema, o filme  Nosferatu, eine Symphonie des Grauens (Nosferatu, uma Sinfonia do Horror), dirigido em 1922 por  Friedrich Wilhelm Murnau, tem como referência a história de Drácula, romance de Bram Stoker, o que gerou nos anos 20 uma disputa judicial com os herdeiros do escritor, culminando com uma decisão judicial para destruição dos negativos e cópias do filme na Alemanha e na Europa. A decisão não evitou que cópias do filme, considerado uma obra prima, fossem comercializadas a partir dos Estados Unidos, onde os direitos autorais já haviam expirado anteriormente.

A história tem como base o  drama do corretor de imóveis Thomas Hutter interpretado pelo ator Gustav von Wangenheim,  que  negocia a venda de um castelo abandonado e em decadência para o estranho conde Graf Orlock (Max Schreck). O complicador é que o conde de hábitos noturnos,  vive num castelo em Bremen, na Alemanha e  é na verdade um vampiro milenar, que espalha o terror na região e é temido pela população da vizinhança.

O corretor passa alguns dias no castelo de Bremem, onde ao ter acesso de uma foto de mulher de Hutter,  Ellen (Greta Schroeder), o conde  passa a se interessar por ela e a influencia mesmo à distância com seus poderes sobrenaturais. O filme inclui efeitos especiais elaborados para a época da filmagem e revela para a mudança do conde, que os vampiros só podem manter a sua força se mantidos durante o dia em caixões com a terra amaldiçoada em que foram enterrados.

O fato é que o filme com 105 minutos e um enredo elaborado, tem na única coisa que o diferenciava do Drácula, o nome do conde rebatizado como Graf Orlock e os dos personagens centrais da história. Outra diferença foi encontrada para a morte do vampiro, que morre ao ser atingido pela luz solar, além de inspirar diversas outras caracterizações de chupadores de sangues, ganhando inclusive um remake em 1979, batizado como Nosferato – o vampiro da noite, assinado por outro cineasta alemão Werner Herzog e com a participação do ator Klaus Kinski e a bela Isabelle Adjani.

Nas vésperas de comemorar o seu histórico centenário, Nosferatu  foi inteiramente restaurado em 2006, com base em uma cópia de 1922 da Cinemateca Francesa, bem como de uma outra encontrada no arquivo de cinema alemão e  de outra película encontrada na Tchecoeslováquia, onde o filme foi rebatizado com outro nome para escapar da disputa judicial dos produtores do filme com a viúva do escritor Florence Stoker.(Kleber Torres)

 

 

Ficha técnica

Título : Nosferatu, eine Symphonie des Grauens / Nosferatu, uma Sinfonia do Horror Diretor  

Diretor : Friedrich Wilhelm Murnau

Roteiro : Henrik Galeen / Bram Stoker

Elenco : Max  Schreck, Alexander Granach, Gustav von Wangenheim, Greta Schroeder,G.H.Schnell, Ruth Landshoff, John Gottovut, Gustav Botz, Max Nemetz e Wolfgang Heinz

Cinematografista : Gunther Kampft e Fritz Arno Wagner

Diretor de arte – Albin Grau                

P & B

1922

105 minutos


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