O
roteiro é simples e conta a história de Richard Samuelson (Zac Efron), um
adolescente de 17 anos, ainda está
cursando o segundo grau, que faz a sua descoberta para a vida e busca uma
vocação. Ao passar casualmente diante do Teatro Mercury, em Nova York, ele teve
a oportunidade de participar de um teste para se integrar uma nova montagem de "Júlio
César", um clássico de William Shakespeare, tendo Orson Welles (Christian
McKay), com 22 anos, já uma celebridade consagrada no rádio e no teatro, como
diretor e astro principal.
Richard
terá apenas uma pequena participação na peça, graças à sua habilidade ao tocar
ukelele, um instrumento de cordas e que lhe permite contracenar com Welles. Nos bastidores da
montagem, ele conhece Sonja Jones (Claire Danes), secretária do espetáculo, que
tem ambições maiores para a carreira e por quem numa se apaixona.
Aos
poucos ele se interessa por ela, mas ao mesmo tempo que precisa lidar com a
personalidade egocêntrica, manipuladora e autoritária de Welles, que mesmo
casado com uma mulher grávida é um conquistador incorrigível, sem admitir
nenhum tipo de concorrência e nem de contestação. Como ator ele tem apenas uma
participação no espetáculo de estréia e é despedido sumariamente pelo diretor
ao encontrar o personagem substituto.
Welles
também mostra no filme a sua genialidade ao improvisar nas novelas de rádio em que participava e ao montar a
peça de Shakespeare fora do cenário romano, tendo como personagens mafiosos e
nazistas vestidos de preto, numa releitura contemporânea daquela tragédia para
o seu tempo e para os anos 40.
O
filme, que retrata uma semana da vida do famoso cineasta, circulou com sucesso
através dos circuitos independentes e teve a direção competente de Richard
Linklater, que sempre foi um grande fã de Orson Welles e assistiu todos os seus
filmes. Ele também considerou um desafio a transposição do personagem
controvertido e ao mesmo tão criativo e explosivo para o cinema.
O
fato é que a maioria das pessoas conhece Orson Welles, que se tornou uma
celebridade em 1938 com o programa de
rádio "Guerra dos Mundos", onde deixou os Estados Unidos em pânico ao
colocar através das ondas artesianas uma invasão de seres de outros planetas de
H.G.Welles. Esta peformance lhe valeu o convite para o cinema onde se impôs
pela linguagem inovadora ao dirigir o imortal Cidadão Kane e outros filmes.
Welles também esteve no Brasil e foi retratado num filme nacional “Nem tudo é
verdade”, de Rogério Sganzerla, que lhe presta uma homenagem póstuma, tendo
como narrador Grande Otelo. (Kleber Torres)
Ficha
técnica
Título:
Eu e Orson Welles
Direção: Richard
Linklater
Elenco: Zac Efron,
Claire Danes e Christian McKay
Gênero:
Drama
Nacionalidade:
EUA e Reino Unido
Lançamento: 2009
Duração:
1h47min
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