quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Hanna K



Em Hanna K o diretor Costa Gravas não atinge a densidade dramática que é uma marca registrada do seu trabalho, mas reconstrói uma história humana de uma advogada judia de origem polonesa e nascida nos Estados Unidos, que depois de separada do marido,opta por viver em Israel na busca de resgatar as suas origens.
Como advogada ela assume a defedesa de Selim Bakri, interpretado por Mohamed Bakri um jovem palestino suspeito de terrorismo. Nesse contexto se situa também o duelo permanente entre israeleneses e palestinos que lutam de todas as formas, inclusive com o uso do terrorismo para reconquistar a sua terra, dividida com os judeus após a segunda Guerra Mundial.
È neste quadro que surge  Selim,  um palestino que cruzou ilegalmente as fronteiras de Israel para retornar à sua terra natal, um pequeno povoado, mas acaba rotineiramente nas barras dos tribunais a cada tentativa de volta ao antigo lar.
Hanna H, interpretada por Jill Claybourgh,  assume a defesa do palestino, contrariando até mesmo a indiferença do seu ex-marido e do próprio amante, um promotor ultranacionalista, que tenta a todo custo separá-la do palestino, inclusive com o apoio da repressão policial.
O filme é polêmico e divide opiniões, embora não aborde politicamente a questão do sionismo e mesmo do anti-semitismo dos palestinos em relação aos judeus, mas tem o foco na defesa do direito a uma pátria para o povo palestino. O tema é ainda atual nos dias de hoje, em função do permanente confronto entre israeleneses e palestinos tendo como pano de fundo a Faixa de Gaza e as terras que circundam o fortificado território israelense protegido por um verdadeiro escudo anti-mísseis.
Costa Gravas é um diretor que sempre enfocou questões  humanas e políticas através da retomada de temas reais, tocando em feridas que muitas pessoas gostariam de ver esquecidas. Em Z, ele retrata a luta pela democracia; em Estado de Sítio, o seqüestro do embaixador americano Dan Mitrione e a guerra dos tupamaros com as forças militares do Uruguai, num regime militar opressor e em Missing, o desaparecimento de um estudante americano na sanguinolenta ditadura chilena.
Como diretor ele iniciou sua carreira em 1964, com o filme policial Compartiment tueurs (Crime do Carro Dormitório), mas só a partir do terceiro filme, Z, é que ele incorpora os  recursos dos filmes do gênero policial e de suspense  dentro de uma temática mais ampla com abrangência política e social, tendo sempre o real como pano de fundo de uma história que nem sempre é de ficção. (Kleber Torres)

Ficha técnica:
Título  Hanna K. (Original)
Dirigido por   Costa-Gavras
Elenco : Gabriel Byrne Jean Yanne,  Jill Clayburgh, Mohammed Bakri
Estreia: 1983 ( Brasil )
Duração: 111 minutos
Gênero: Drama

Países de Origem: Israel

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