Em
Hanna K o diretor Costa Gravas não atinge a densidade dramática que é uma marca
registrada do seu trabalho, mas reconstrói uma história humana de uma advogada
judia de origem polonesa e nascida nos Estados Unidos, que depois de separada
do marido,opta por viver em Israel na busca de resgatar as suas origens.
Como
advogada ela assume a defedesa de Selim Bakri, interpretado por Mohamed Bakri
um jovem palestino suspeito de terrorismo. Nesse contexto se situa também o
duelo permanente entre israeleneses e palestinos que lutam de todas as formas,
inclusive com o uso do terrorismo para reconquistar a sua terra, dividida com
os judeus após a segunda Guerra Mundial.
È
neste quadro que surge Selim, um palestino que cruzou ilegalmente as fronteiras
de Israel para retornar à sua terra natal, um pequeno povoado, mas acaba rotineiramente
nas barras dos tribunais a cada tentativa de volta ao antigo lar.
Hanna
H, interpretada por Jill Claybourgh,
assume a defesa do palestino, contrariando até mesmo a indiferença do
seu ex-marido e do próprio amante, um promotor ultranacionalista, que tenta a
todo custo separá-la do palestino, inclusive com o apoio da repressão policial.
O
filme é polêmico e divide opiniões, embora não aborde politicamente a questão
do sionismo e mesmo do anti-semitismo dos palestinos em relação aos judeus, mas
tem o foco na defesa do direito a uma pátria para o povo palestino. O tema é ainda
atual nos dias de hoje, em função do permanente confronto entre israeleneses e
palestinos tendo como pano de fundo a Faixa de Gaza e as terras que circundam o
fortificado território israelense protegido por um verdadeiro escudo
anti-mísseis.
Costa
Gravas é um diretor que sempre enfocou questões
humanas e políticas através da retomada de temas reais, tocando em
feridas que muitas pessoas gostariam de ver esquecidas. Em Z, ele retrata a
luta pela democracia; em Estado de Sítio, o seqüestro do embaixador americano
Dan Mitrione e a guerra dos tupamaros com as forças militares do Uruguai, num
regime militar opressor e em Missing, o desaparecimento de um estudante
americano na sanguinolenta ditadura chilena.
Como
diretor ele iniciou sua carreira em 1964, com o filme policial Compartiment tueurs (Crime do
Carro Dormitório), mas só a partir do terceiro filme, Z, é que ele incorpora
os recursos dos filmes do gênero
policial e de suspense dentro de uma
temática mais ampla com abrangência política e social, tendo sempre o real como
pano de fundo de uma história que nem sempre é de ficção. (Kleber Torres)
Ficha técnica:
Título Hanna K. (Original)
Dirigido
por Costa-Gavras
Elenco : Gabriel Byrne Jean Yanne, Jill Clayburgh, Mohammed Bakri
Estreia:
1983 ( Brasil )
Duração:
111 minutos
Gênero:
Drama
Países
de Origem: Israel
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