sexta-feira, 27 de outubro de 2017
O que há por trás da Igreja Oculta
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
Os vestígios alienados da solidão e do desamor
terça-feira, 24 de outubro de 2017
Quando o ser ou não ser passa a ser uma questão de humor
A comédia “Sou ou Não Sou”, dirigida por Alan Johnson, em 1983, tem como referência o Ser ou Não Ser, a primeira cena do terceiro ato do Hamlet, uma obra prima de William Shakespeare e que neste caso foi adaptada para uma comédia de humor negro. O filme tem como pano de fundo a invasão da Polônia pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e a caça implacável da Gestapo aos lideres da resistência.
No filme, o ator Frederick Bronski (Mel Brooks) apresenta Pérolas de Hamlet no teatro de Varsóvia, enquanto sua sedutora esposa e companheira de palco, a bela Anna (Anne Bancroft), recebe nos camarins um jovem piloto (Tim Matheson).
Mas tudo quando a Trupe Teatral de Bronski é movilizada para enganar os invasores nazistas e assim salvar os integrantes da resistência das garras da Gestapo juntamente com o piloto que voltou do exílio para lutar em seu país, impedido a ação de um espião nazista que fugira da Inglaterra.
A consequência da invasão alemã se reflete na vida da população polonesa e de Bronski, considerado o maior interprete de Shakespeare na Polônia, que por falta de gasolina tem de usar o seu luxuoso Rolls-Royce puxado por um cavalo, enquanto sua casa foi utilizada como alojamento para o comandante nazista, que o obriga a se transferir com a mulher para a espelunca de um ator da sua troupe.
O seu hospedeiro passou a usar um triângulo no peito, sinal que distinguia os homossexuais e dizia com ironia que estava na moda, como também os judeus usarem estrelas amarelas coladas no peito, o que os distinguia do resto da população da Polônia ocupada. No teatro, havia também um cartaz dizendo que apesar das aparências, ainda estava funcionando e onde Bronski continuava apresentando o seu solilóquio shakespeareano.
A trama envolve também um espião nazista, o professor Siletsky, que tem a lista com os nomes dos militantes da resistência para repassar ao serviço secreto alemão, mas acaba morrendo depois de sequestrado pela troupe de Bronski, que o substitui colaborador do exército alemão, o qual privava da amizade de Hitler, fazendo a sua maior performance mas que ninguém assistiu, mesmo quando confrontado com o morto. (Kleber Torres)
Ficha técnica:
Título: Sou ou Não Sou (To Be or Not to Be)
Direção: Alan Johnson
Elenco: Mal Brooks, Anne Bancroft, Tim Matheson, Jose Ferrer, Charles Durning e Christopher Lloyd
Música: John Morris
Ano : 1983
Aliados tem o mesmo cenário mas não repete o sucesso de Casablanca
Tendo como cenário Casablanca, que dá o titulo de um
filme antológico com o mesmo nome dirigido por Michael Curtiz, em 1942, que
envolve um drama romântico e de espionagem durante a Segunda Guerra, envolvendo
nazistas contra franceses e ingleses,
Aliados (Allied), de 2017, surgiu como uma proposta ambiciosa e
referências históricas ao seu antecessor, contando com a direção de Robert
Zemeckis e reunindo um elenco de primeira linha com Brad Pitt, Marion Cotillard
e Jared Harris. O filme não surpreende ao espectador e se perde na lentidão
narrativa caindo no vazio.
Zemick, que tem a seu crédito filmes de sucesso como
Forrest Gump, De Volta pro Futuro e O Náufrago, selecionou um elenco de
atores de peso para um filme romântico e de ação, que tem como pano de fundo o desenrolar da
Segunda Guerra, com o envolvimento de ações militares e de espionagem. Tudo
começa quando o piloto e espião canadense Max Vatan (Brad Pitt) desce de
paraquedas no deserto e vai para Casablanca, no Marrocos, com o objetivo
assassinar o embaixador nazista.
Nesta empreitada, ele tem como parceira a bela e
irrequieta guerrilheira francesa Marienne Beausejour (Marion Cotillard) a quem não conhecia e por quem acaba se
apaixonando, casando e tendo uma
filha. Os dois realizam o atentado numa
festa na embaixada alemã e ao que se depreende no desenrolar do filme, é que a
execução agradaria ao próprio Hitler, que nos bastidores pretendia se livrar do
embaixador germânico e assim teria facilitado a ação dos agentes aliados, com
uma infiltrada na ação.
Em realidade, Beausejour é uma espiã nazista e que foi
colocada em lugar de uma guerrilheira da resistência francesa executada pela
Gestapo. Extrovertida, muito bonita e sensual Marianne tem trânsito livre
na sociedade de Casablanca, que também era
um centro de espionagem onde agiam espiões aliados e nazistas.
Assim, depois do atentado bem sucedido, o casal vai para
a Inglaterra, onde Vatan continua atuando no serviço de informações da RAF,
enquanto a mulher se dedica a cuidar da
casa e da filha, uma postura conflitante com a da guerrilheira francesa
que tocava piano e cantou a Marselhesa desafiando oficiais nazistas.
Em função do vazamento de informações militares
confidenciais, Vatan começa a ser investigado pelo serviço secreto sob pena de
ser executado, juntamente com sua mulher, por espionagem, uma vez que sinais de
rádio eram emitidos do bairro onde o casal morava e o referencial da emissão
seria uma mulher, a qual seria uma suposta agente alemã.
A partir daí o piloto começa a investigar a companheira
colocando em risco a sua carreira, num filme em que os ambientes e cenários
fazem referências claras a Casablanca, mas se perde no vazio pela
previsibilidade e por não conseguir prender o espectador, inclusive com poucas
ações bélicas, uma delas com um bombardeiro alemão caindo nos fundos da casa do
casal, que recebia amigos para uma festa. O filme termina com a morte da espiã
que faz a opção pelo suicídio num aeroporto, que também é o cenário do final de
Casablanca, que ao contrário do seu sucessor, ficou em definitivo na história
do cinema.(Kleber Torres)
Ficha técnica
Título: Aliados (Allied)
Dreção: Robert
Zemeckis
Roteiro : Steven
Knight
Elenco : Brad Pitt, Marion Cotillard, Jared Harris,
Matthew Goode, Lizzi Caplab, Anton Lesser e
Camille Cottin
EUA
2017
domingo, 15 de outubro de 2017
As confissões de quem luta contra a solidão, o fracasso e o tempo
As Confissões de
Schmidt mostram a história de um homem, Warren Schmidt (Jack Nicholson) que se aposenta depois dos 60 anos, no meio
de homenagens que não significam nada na sua essência para ele, uma vez
que serviu ao sistema – uma empresa de
seguros – e não leva nenhuma recordação do trabalho. Ele demonstra esta
insatisfação ao deixar na festa a própria mulher que o acompanhava e os amigos,
alguns deles inconvenientes, para tomar vodca sozinho no bar.
Além de ter de lidar
com a aposentadoria, uma coisa para a qual muitas pessoas não estão preparadas,
uma vez que mudam as suas referências cotidianas e de amizades, ele também se
defronta com a morte repentina da mulher com quem conviveu por mais de 40 anos.
Assim, Schmidt começa a refletir sobre o seu passado e um futuro cheio de
incertezas, que se ampliam com a terceira idade e seus problemas inexoráveis.
Neste ínterim, ele segue rumo ao Nebraska onde pretende ajudar no casamento de sua filha Jeannie
(Hope Davis), que não foi à festa de sua aposentadoria, com Randall (Dermot
Mulroney), um vendedor de camas d'água. O problema para o recém aposentado e
viúvo é que os novos passos parecem incertos e sujeitos a erros, fazendo com que ele acredite que o fim de sua
vida será igual ao seu passado, que vê como um grande fiasco no trabalho e no
casamento.
Tudo muda quando Schmidt decide se corresponder com um jovem
garoto da Tanzânia, Ndujo, a quem passa a patrocinar os estudos pagando cerca
de R$ 2 por dia, o equivalente a 73 centavos de dólar. Em suas longas cartas ao
garoto Warren fala da sua experiência de vida e da expectativa com a chegada da
velhice, “porque quando me olho no espelho vejo rugas nos meus olhos, pelos
caindo no pescoço e nos ouvidos”.
O aposentado também analisa criticamente a sua relação com a
mulher falecida e os custos do sepultamento, lembrando que a filha ficou noiva
de um babaca. A preocupação do velho Schmidt
é com quem vai cuidar dele, que tem um relacionamento difícil com a
filha e de quem ficou ainda mais distante. Ele fala das possibilidades da morte
e das 73% de chances de morrer em cinco anos, daí a necessidade de estabelecer
e pelo menos manter uma rotina existencial.
Mas o filme não é pessimista. Schmidt defende com otimismo, que o jovem valorize a
vida enquanto vida ainda a tem e como
parte da sua reinvenção pessoal, ele
parte para viagens à casa onde nasceu, cujo terreno virou parte de um
shopping center. Também esteve na Universidade do Kansas onde estudou e de onde
não tem mais referencias, complementado com uma espécie de tour turístico em um
camping, onde a mulher de um vizinho o considera um homem triste e raivoso.
Como resposta ele a beija na boca e sai do trailer do casal, enquanto o marido
fora comprar mais cerveja os deixando a sós.
O Warren Scmidt nos leva a refletir sobre três coisas: que
diferença há em mudar de vida para alguém? O que melhorou no mundo por minha
causa? E por fim, ele admite o fracasso como marido, trabalhador e mesmo como
pai, quando vê que a filha está se casando com um pateta.
O filme conquistou dois Glos de Ouro e foi indicado para
dois Oscars graças ao desempenho de Jack Nicholson e de Kathy Bates, além da
competente direção de Alexander Payne, que nos conduz por um caminho áspero a
uma trajetória existencial, mostrando que apesar dos dramas humanos, nem tudo
está perdido, nem mesmo a visão social como o apoio e a amizade do idoso pelo
jovem Ndugu, uma esperança no amanhã, pois, afinal, nem tudo está perdido.(Kleber Torres)
Ficha técnica
As Confissões de Schmidt (About Schmidt)
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Louis Begley
Elenco:
Jack Nicholson , Kathy Bates , Hope Davis , Dermot Mulroney , June Squibb ,
Howard Hesseman , Connie Ray
País: EUA
Gênero : Drama
Duração: 125 min.
2002
sábado, 14 de outubro de 2017
O poder absoluto que corrompe além de todos os limites
A história de todas as ditaduras é sempre a mesma, com a
construção de um regime totalitário, que tem como base o autoritarismo, o medo,
a opressão da população indefesa e o culto à personalidade do tirano, o que se
reflete em estátuas, cartazes e retratos distribuídos em profusão por todos os
rincões de um país, integrando o cenário das casas, lojas, barbearias e mesmo
dos bordeis. Estes também são os ingredientes do filme O Presidente, uma
coprodução franco-britânica-georgiana, dirigido pelo cineasta iraniano Mohsen Makhmalbaf, que também assina
"Gabbeh" e "Kandahar".
Tudo começa quando após um golpe de Estado, o Presidente
interpretado por Mikheil Gomiashvili, foge com o seu neto de cinco anos (Dachi Orvelashvili), com quem vivia juntamente
com familiares em um imponente palácio, passando a andar pelo país que governou
disfarçado de músico de rua, uma oportunidade para conhecer de perto a situação do povo que
governou por tantos anos com mão de ferro, gerando um clima de pobreza e insatisfação
generalizada.
O governante foi deposto por um golpe de estado
patrocinado por políticos e militares que conviviam no seu entorno, transformando-se
de aliados em seus adversários mortais que iniciam uma caçada sem quartel, e
tudo ocorre no justo momento em que ele dá uma aula de autoritarismo ao neto,
quando determina que todas as luzes da cidade, menos as do palácio onde vivem
se apaguem.
Em seguida, ele determina ao operador que obedeça as
ordens do neto, que brinca o jogo do poder mandando as luzes se apagarem e
depois acenderem, mas sem retorno, quando após instantes, o silêncio e a
escuridão da noite foram quebrados por tiros e explosões de bombas em toda a
cidade.
Diante da queda iminente, o ditador cuida de embarcar todos os membros da família que fogem de avião
para outro país, optando por ficar
juntamente com o neto, uma companhia inseparável e que veste uma farda igual à
sua, para comandar a reação do seu exército já dividido, quando acaba perdendo
o seu segurança pessoal baleado numa troca de tiros com rebeldes, ficando o
corpo na sua limousine blindada, que logo depois é abandonada.
Diante de uma nação inteira revoltada e mobilizada
pela sua captura, os dois iniciam uma fuga roubando uma moto e depois sob anonimato,
tentam cruzar o país para chegar ao
litoral onde possivelmente embarcariam para o exílio em um porto seguro,
passando por uma série de circunstancias adversas.
Esta louca escapada tem como contrapartida o noticiário
do rádio, que fala das buscas empreendidas por soldados em veículos de combate,
trens e helicópteros, bem como do aumento do prêmio pela cabeça do ditador, que
no filme é tratado como presidente e que chega a ser cotada em US$ 1 milhão.
O fato é que sem dinheiro em mãos e sem amigos a quem
recorrer, os dois passam a viver de esmolas
e de favores, misturando-se com gente
que toda a vida oprimiu durante o período da ditadura. Nesta viagem os dois
passam no salão de um barbeiro onde o velho corta o cabelo e os dois mudam de
roupa, depois incursionam por uma pedreira onde meninos e mulheres são a mão de
obra barata e explorada, depois passam por um lupanar onde a única prostituta
foi seguidamente estuprada pelos soldados que aderiram a revolução, mostrando
que a mudança do regime não implica na mudança da violência da opressão
ganhando uma outra forma e medida. Na casa o retrato do ditador na parede é
alvejado por um soldado revolucionário.
Os dois fugitivos também se misturam a pastores, simulam
ser espantalhos vestindo as suas roupas e depois se misturam a um grupo de
ex-presos políticos estropiados pela tortura nos cárceres do governo do ex-presidente,
a quem um dos companheiros de viagem que levava nas costas confessa ter matado
o seu filho e sua mulher.
O filme revela ainda que a repressão destrói vidas e
esperanças, como a do ex-preso político que volta para a mulher amada depois de
cinco anos nos cárceres da ditadura e a encontra casada e com filhos, optando então
pelo suicídio sugerido em imagens com o uso de um forcado curvo.
O Presidente nos revela por trás dos dramas humanos dos
personagens, uma história trágica sobre a violência, o abuso do poder, a
corrupção e a vingança das vitimas anônimas, como a noiva estuprada pelos
soldados no dia do casamento quando viajava em companhia do marido e que acaba
executada pelos seus algozes.
O roteiro também deixa evidente uma contradição, pois, os
mesmos soldados que querem matar o presidente e o neto são os mesmos que o
serviam no poder e abre espaço para o debate da questão sobre valores e
direitos humanos, até porque se o poder corrompe, o poder absoluto corrompe
absolutamente transformando até o que seria talvez uma comédia de humor negro numa
tragédia.(Kleber Torres)
Ficha técnica:
Título: O Presidente
Direção : Mohsen Makhmalbaf
Roteiro: Mohsen Makhmalbaf e
Marzieh Mashkini
Elenco : Mikheil Gomiashvili, Dachi
Orvelashvili, Tomike Bziava
Produção : Vova Kacharava, Sam
Taylor, Mike Downet
Idioma : Georgiano
Ano: 2015
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
Uma reflexão sobre a vida e questões muito além da solidão e do tédio
A questão da velhice, da solidão, da falta de amor, o
tédio cotidiano e a pobreza formam o
tema central do filme Manglehorn, que conta a história de Angelo Mangelhorn (Al
Pacino), um chaveiro recluso e solitário que vive no Texas, onde passa o tempo escrevendo cartas
de amor para a sua ex-mulher e
distante do seu filho Jacob, um
empresário bem sucedido e que atua no mercado financeiro.
A rotina de Menglehorn é previsível, ele dissipa os seus dias monotonamente na loja e oficina ou atendendo clientes,
cuidando do seu gato ou escrevendo
cartas de amor sem receber respostas na caixa do correio, que pelo desuso e abandono acaba abrigando uma
colmeia em formação de abelhas.
A sua rotina previsível e cansativa é rompida sempre às
sextas feiras, quando vai ao banco, onde é atendido pela caixa Dawn (Holly
Hunter), uma mulher muito mais jovem que ele e também uma pessoa solitária em
busca de amor e carinho.
Os dois acabam se encontrando em jantares e visitas, mas
tudo cai por terra quando em um jantar
do casal ele tece loas a sua ex-mulher, por quem manifesta um grande
encantamento, perdendo assim a chance de transformar o encontro com Dawn num
namoro e assim, construir uma futura paixão, assim, ele volta ao seu universo
limitado pela solidão, descrença e falta de perspectivas, coisas de quem perde
a dimensão do tempo e não acredita no amanhã como explica o personagem num dos
monólogos muitos ao longo do filme.
O diretor Gordon Green faz a opção correta no personagem interpretado Pacino, um ator
experiente e que mostra a construção gradativa do homem socialmente desinteressado e agressivo Angelo
Manglehorn, como um ex-treinador de uma equipe escolar de futebol americano. Do
relacionamento com ex-alunos e com um filho ficam pistas sobre o crescente
isolamento do personagem, de quem as pessoas também se afastaram quando entrou
em decadência.
Em termos didáticos, o diretor usa de forma ampla fusões de imagens e sequências que revelam as
reflexões do personagem sobre a vida e a solidão, mostrando ao mesmo tempo o
outro lado da moeda, ou seja, um personagem romântico que sonha na reconquista
do amor perdido, que se dissipou no tempo, vivendo em companhia de um gato em
quem investe suas poupanças numa cirurgia complicada.
O filme é construído em partes distintas e que se somam:
de um lado, o monólogo interior de Pacino que tenta avaliar a dimensão e
extensão do seu isolamento ou questionar sobre a sua vida. Há ainda uma
cantoria de um cliente e uma funcionária do banco onde Down trabalha e que fala
de questões como o amor na sua essência e na fé, isso sem falar nas
intervenções de um mímico que surge alegoricamente em várias ocasiões inclusive
no final.
Cabem ainda no
filme os diálogos de Menglehorn com o filho a quem chama de tubarão e que o
procura quando investigado por supostos crimes no mercado financeiro, a quem
pode oferecer apenas o sofá cama na sala modesta e suja da casa onde vive.
O filho, que teve os bens bloqueados, queria palavras de
apoio e lembra que não tem com quem falar ou pedir conselhos. Para Menglehorn
quando escolhemos esta vida não temos ninguém, pois no mundo é cada um por si.
Ele lembra por experiência própria que
nos momentos de crise e de dificuldades ou na decadência ninguém nem mesmo atende ao
telefone e o que é mais grave, “você acaba invisível, nós somos
invisíveis”.
Mas Angelo Manglehorn também tem seus momentos de
resiliência e isso é lembrado pelo filho, pois quando irritado, o personagem central
quebrou tudo em casa e sem agredi-lo. Cita ainda que ao voltar da escola a casa
estava em ordem, a televisão quebrada substituída e o pai apenas comentou que
teve uma manhã difícil, mas sem lamentações. Essa capacidade de reconstrução, o
Menglehorn tenta numa reaproximação com Down, afinal sempre há espaço e
condições para recomeçarmos e até terminarmos alguma coisa antes da morte que é
inevitável. (Kleber Torres)
Ficha técnica
Título : Manglehorn
Direção: David Gordon Green
Roteiro: Paul Logan
Elenco: Al Pacino , Holly Hunter , Chris Messina ,
Harmony Korine
Música : David Wingo
Duração: 97 min
País
2014
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