domingo, 21 de outubro de 2018

O humor como opção diante da polarização de uma eleição




Num ano de eleições polarizadas em que a  corrupção aparece como pano de  fundo para o debate eleitoral, se misturando com temas como homofobia, tortura,  fake news,  manipulação da informação nas redes  sociais, lava jato, além de uma série infinita de boatos e  até um atentado a faca contra um candidato à presidência da República, nada como uma comédia para esfriar os ânimos mais exaltados.  Neste caso, a opção seria O Candidato Honesto (2014), dirigido por Roberto Santuci, em que João Ernesto Praxedes, interpretado por  Leandro Hassum, vive um político corrupto, candidato à presidência da República e que faz mil e uma armações para se eleger.
O filme é inspirado em O Mentiroso, de Tom Shadyaco. Tudo começa quando o ex-sindicalista João Ernesto Praxedes, um ex-motorista de ônibus que perde um mamilo num acidente  rodoviário  - qualquer semelhança com pessoas conhecidas pode não ser mera coincidência – se tornando um  político demagogo e corrupto candidato à presidência.
Ele chega ao segundo turno  das eleições, liderando as pesquisas de opinião, quando sua avó, pouco antes de falecer, lhe faz um último pedido para que seja honesto e o homem mais  verdadeiro que puder, deixando de mentir: “vai ser  o homem mais honesto do Brasil, nem que eu tenha de falar com Deus” rogou a velha no seu leito de morte.
É aí que começam os problemas João Ernesto, que passa a criticar a mulher feia e de gosto duvidoso. Ele também tem coragem para romper o relacionamento com uma amante e se recusa a compor com um grupo de deputados religiosos que lhe oferecem dinheiro em troca de um possível ministério no novo governo de “coalisão”. Um dos seus interlocutores acha que ali tem coisa ruim, pois nunca vira político rejeitar dinheiro e começa a esboçar um exorcismo inútil.
Neste processo regenerativo João Ernesto encontra uma aliada, uma jornalista e o filme, apesar do humor escrachado e até certo ponto rasteiro, tem no final um cunho moralista, quando o candidato participa de um debate na televisão num apelo para a correção dos rumos na gestão dos recursos públicos.
Há quem considere também que o filme não se aprofunda na crítica aos políticos corruptos, mas, mesmo assim dá  mostras de uma realidade que conhecemos e que sempre permeou  ao longo do tempo a política brasileira em que imperou a teoria do rouba mas faz e do Robin Hood que tira do governo para dar uma migalha aos pobres e dividir parte do roubo com os seus apaniguados. O filme tem uma segunda edição que vale a pena assistir.(Kleber Torres)

FICHA TÉCNICA
O Candidato Honesto
Direção:       Roberto Santucci
Roteiro:        Paulo Cursino
Elenco:         Leandro Hassum, Flávia Garrafa, Luiza Valdetaro, Victor Leal,
Júlia Rabello e Flavio Galvão
Gênero:        Comédia
Cinematografia:      Nonato Estrela
Edição:         Leo Clark
Lançamento : 2014

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A reinvenção diante da possibilidade inevitável da morte





Last Word (Últimas Palavras) conta a história de uma empresária  bem sucedida da área da publicidade Harriet Lawler (Shirley MacLaine), que depois de tentar suicídio tomando vinho com tranquilizantes e diante da eminência da morte em função da idade avançada, decide escrever seu obituário, mostrando os  seus e feitos ações positivas ao longo da vida.
Ela contrata com este objetivo uma jornalista, Anne Sherman (Amanda Seyfried), mas não fica satisfeita com o rascunho e nem com o roteiro que lhe é apresentado, mostrando-a como uma mulher difícil para a filha, para o ex-marido e pessoas que viviam no seu entorno. Havia quem a visse como uma megera.
De posse das informações pinçadas pela jornalista, Harriet Lawler começa a ler obituários nos jornais e resolve partir daí promover uma grande reinvenção  para reescrever sua história de vida antes que seja tarde. Para isso, ela  leva Anne Sherman a tiracolo, surgindo daí uma amizade inesperada e respeitosa entre as duas mulheres.
A empresária decide mudar de vida e rever o seu obituário a partir de quatro pontos fundamentais que considera fundamentais a partir das suas leituras: ser amada pelos familiares; ter o respeito e ser querida pelos colegas e amigos;  tocar a vida de uma pessoa mudando-a radicalmente (neste caso a estudante rebelde Brenda interpretada pela jovem atriz Ann Jewell Lee Dixon) e por fim, para fechar com chave de ouro para descrever a sua vida,  inserir um fator surpresa que serviria de gancho e de manchete principal para o obituário.
Nas suas andanças buscando referencais  a empresária vai uma escola para um contato com alunos, servindo de modelo para jovens no futuro como empreendedora é ela que se inspira na aluna rebelde, Brenda, uma das pessoas a quem pretendia tocar.
Na trajetória da sua reivenção, a empresária  redescobre a sua antiga paixão pelo jazz e pelo rock, assim, se propõe de forma gratuita a  ser Disc Jockey de  emissora de rádio local,  a quem doa sua  coleção de discos.
Harriet Lawler entendeu que quando você não tem nada de bom para falar de uma pessoa, o melhor não dizer nada e toda a história do filme é  centrada na reinvenção. Nesta viagem ela também  rememora o esforço para  tentar salvar a própria agência publicidade  que controlava e da qual foi afastada por um golpe baixo de seus asssociados, os quais deixam o L do seu nome na logomarca da empresa e se vinga arrancando a letra com a ajuda de um reboque de automóveis.
Para a jornalista, ela passa a se mostrar como uma visionária e uma pessoa  que adora rock'n'roll, vivendo num mundo complexo e bem mais difícil do que sonhamos. Na sua busca pela reinvenção, a empresária tenta um reencontro com a filha médica  que a considera como a mesma pessoa superprotetora que conheceu e a diagnóstica com transtorno obsessivo compulsivo recomendando que procure uma terapia adequada. Ela também se reaproxima do marido de quem havia se separado há duas décadas e que apreciava a sua forma decidida.
Ao  voltar para sua casa, Harriet Lawler  descobre que tem um problema cardíaco e mesmo doente procura, com a ajuda da jornalista concluir o seu obituário e ao morrer acaba homenageada com a leitura emocionada de sua biografia por Anne Sherman, que também se redescobre  dando uma guinada na sua vida e se reinventa abandonando o jornalismo e enveredando pelos caminhos da criação  literária o que a realiza como pessoa.. (Kleber Torres)

Ficha técnica

Título  The Last Word (Últimas Palavras)
Direção : Mark Pellington
Roteiro : Srtuart Ross Fink
Elenco : Shirley Maclaine, Amanda Seyfield, Anne Heche, Thomas Sadoski, Ann Jewell Lee Dixon
Ano produção:        2017
Duração:      108 minutos

domingo, 19 de agosto de 2018

Uma história que transcende os limites do cangaço






O documentário Zé de Julião muito além do cangaço,  dirigido, roteirizado e produzido por Hermanno Penna, nos conta em 72 minutos, através depoimentos, a história de um dos cabras de Lampião que sobreviveu à chacina de Angico, em 28 de julho de 1938. Ele se tornou um empresário bem sucedido na área construção civil com obras no Rio de Janeiro e em Brasília durante a implantação da capital federal, optando por voltar para Poço Redondo onde acabou assassinado ao se envolver na disputa da prefeitura local.
A história, que  havia  sido  retratada de forma ficcional pelo cineasta em Aos Ventos Que Virão (2014), foi retomada dois anos depois,  num documentário com base em depoimentos de familiares e pessoas com quem Zé  Julão conviveu. Ele nasceu de uma família abastada e ainda jovem aderiu, como a maioria dos rapazes de sua terra Poço Redondo ao cangaço, se tornando a região de origem da maioria dos integrantes do bando de Lampião.
Depois da morte de Lampião e com o esfacelamento do bando, Zé de Julião conseguiu escapar à perseguição das volantes e se transferiu para o Rio de Janeiro onde trabalhou como mestre de obra e depois dono de uma construtora. Capitalizado depois de participar da construção de Brasília, ele retorna a Poço Redoando, e ingressa na política candidatando-se a prefeito, mas ao enfrentar aos poderosos e grandes proprietários acaba assassinado.
Os depoimentos falam  de fraudes numa eleição  para prefeito na qual foi acabou impedido de assumir o cargo do executivo municipal e que acabou resultando na sua morte. O  documentário tem como contraponto notícias de jornais da época, mostrando  os intrincados bastidores de jogo político mortal até para quem lutou no cangaço e enfrentou as volantes, mas tomba enfrentando aos senhores da vida e da morte, que estão acima do bem e do mal. (Kleber Torres)

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Uma versão satírica da Princesa do Brasil


  


         Carlota Joaquina, Princesa do Brazil  nos conta a história de uma mimada princesa espanhola que foi dada em casamento a Dom João VI, um principe bonachão  e  herdeiro do trono português, como filho de Dona Maria Louca, uma rainha que ficou  com o juizo abalado após a morte do marido.  O filme foi dirigido por  Carla  Camuratti, que também assinou o roteiro juntamente com Merlanie Dimantas e Angus Mitchell, numa produção ambiciosa para o mercado internacional,  com diálogos em português, espanhol e  inglês, conta como suporte principal um excelente desempenho de Marieta Severo (Carlota Joaquina) e  Marco Nanini  (D.João VI), que comandou a transferência da família real para o Brasil fugindo da ocupação do exército de Napoleão ao reino de Portugal.
          O filme  mostra que com a morte do do rei D. José I e a  declaração de insanidade da sua mulher Dona Maria I, o seu filho, D. João  acabou indicado como principe regente, o que o deixou atemorizado trancando-se no palácio onde ficou isolado por vários dias. Ele era casado com  a infanta Carlota Joaquina de Bourbon, que o mordeu quase arrancando uma das suas orelhas no encontro da noite de núpcias e que se revela ao longo do tempo uma mulher irascível, insaciável em sua sede de poder e de sexo, com muitos amantes e que teve nove filhos muitos deles fora do casamento.
          Em 1807, na tentativa  escapar das tropas napoleônicas que ocuparam Portugal, o casal e a corte transferem-se às pressas para o Brasil, passando por Salvador e fixando-se em seguida no Rio de Janeiro. onde a família real e representantes da nobreza portuguesa –cerca de 15 mil pessoas transportadas em 36 navios - viveram exilados por 13 anos, tempo em que piorou ainda mais o relacionamento do casal real, em função dos desentendimentos com a vaidosa e arrogante Carlota Joaquina, que havia declado que “jamais serei a princesa do Brasil” e tinha sonhos de comandar o reino lusitano.
          Ao chegar no Brasil a princesa e as damas da corte usavam turbantes para esconder os cabelos curtos em função de uma epidemia de piolhos, mas isso passou a ser visto pelas suditas brasileiras como uma moda da corte lusitana.  A mulher também castigava aos suditos que não se curvavam para a sua passagem na ruas do Rio de Janeiro e fez valer o seu estilo autoritário.
          Considerado  intelectualmente muito limitado, D. João se revelou um principe bonachão, que quando não sabia o que fazer preferia não fazer nada. Mesmo assim, ele passou 20 dias para responder a Napoleão sobre um possivel rompimento com os ingleses, seus aliados e inimigos dos franceses que declararam um bloquio marítimo à Inglaterra, ganhando tempo para preparar a transferência da familia real para o Brasil com apoio da marinha britânica.  A proposta  era questionada pela sua mulher que queria enfrentar os franceses a qualquer custo, subestimando a capacidade militar do exército francês, enquanto o marido preferia ser conisderado um principe fujão a um rei morto.
          O filme que tem o sabor de uma comédia histórica, mostra o principe-regente como um homem indeciso, glutão, medroso, não afeito à higiene, que se pelava de medo durante as tempestades com trovoadas e relâmpagos, mas,  mesmo assim era um habil articulador politico e que infligiu derrotas às tramas de bastidores da mulher, que no Brasil teve um caso torrido com um negro, Fernando Carneiro Leão, seu último e grande amor, a quem o principe nomeia depois diretor do Banco do Brasil.
          Cabe destacar que a chegada da familia real ao Brasil gerou problemas para a população nativa, que teve suas casas ocupadas pelos nobres lusitanos, além de provocar uma crise no abastecimento e inflacionar o preço dos alimentos. Na área política, embora as cortes de Portugal e Espanha aceitem o direito de Carlota Joaquina à coroa do reinado do Prata, que incluia o Uruguai, D. João VI não dá recursos para este projeto, alegando que não tinha dinheiro para expandir com a incorporação dos novos territórios.
          Carlota também chocou os nativos brasileiros tomando banho de mar, coisa de ínidios e vendia favores reais para os nobres nativos. Ele resgata uma etapa da história do Brasil colônia, mostrando que na volta para Portugal, ela descalça dos sapatos ao enttar no navio lembrando que “desta terra eu  não quero nem o pó.” Na corte lusitana, Carlota investe no filho Miguel,  para derrubar D.João VI, que morre em circunstâncsias misteriosas, mas mostra que em história quanto mais você lê, menos sabe, até porque cada um autor tem uma versão diferente dos fatos.(Kleber Torres)

sábado, 26 de maio de 2018

Um ex-ladrão que escapou do dragão invisível da corrupção





Com locações em São Paulo, Brasília, Belém e Miami, o documentário “Pega Ladrão”,  assinado pelo  jornalista e diretor Otávio Escobar conta a  história do empresário paraense Sila da Conceição, que tem negócios no Brasil e nos Estados Unidos, com investimentos no setor financeiro, na construção civil e numa frota de táxi. 
Ex-batedor de carteiras até o inicio dos anos 80, ele atuou por dez anos como lanceiro  e passou onze meses preso, mas  ao ser solto, como não conseguia emprego no mercado formal de trabalho,  foi a um  banco onde conseguiu  empréstimo para comprar o primeiro carro - um fusca 79 - , táxi que dirigia mesmo sem habilitação, deu inicio à formação de uma frota que hoje opera em Belém e Manaus.
“Prazer, Sila, ex-ladrão”,  desta forma ele apresentou-se ao gerente do banco para pedir a concessão do primeiro empréstimo para a compra do primeiro táxi, sempre liquidando as dívidas antes do prazo, ampliando assim o acesso ao crédito.  Como não tinha referências comerciais, ele conta que apresentou ao gerente os nomes dos diretores dos presídios em que esteve detido e assim começou uma guinada na sua vida, iniciando uma história vitoriosa como empresário bem sucedido e que também foi tema de um livro “Danem-se as normas”, em que  narra a história da sua vida, um rapaz que em meados da década de 1960, trabalhava no mercado Ver-o-Peso, em Belém, onde vendia tapioca para garantir a sobrevivência da mãe e dos irmãos e que depois foi batedor de carteiras em três capitais brasileiras.
O livro e o documentário também falam da vida de Sila como ladrão com ações em Belém, depois em Brasília, que naquele tempo em que era batedor de carteiras não tinha tantos políticos e São Paulo, onde atuou por vários anos e cumpriu pena no Carandiru. Este passado também gerou dificuldades no mundo empresarial e acusações de policiais e jornais sobre o seu envolvimento com atividades ilícitas na sua ascensão no universo empresarial. No filme, ele conta que foi interpelado por um juiz porque tinha uma frota de cem carros, enquanto o magistrado não tinha nenhum ao que respondeu com ironia: “o senhor trabalhou mal”;
Já como empresário bem sucedido, ele participou de  talks shows, onde foi entrevistado por Marília Gabriela e Jô Soares, bem como esteve em eventos empresariais onde falava da sua experiência de sucesso lembrando que “mesmo quando era ladrão, eu já tinha uma filosofia de vida”. Outro segredo que ele ensina é que ninguém morre por trabalhar ou por amar demais.
Ele também atribui o seu sucesso empresarial à disciplina e diz que o segredo está não no que se ganha, mas no que se deixa de gastar.  No documentário está incluída uma reportagem do jornalista Tim Lopes, que foi morto no Rio, por traficantes, em 2002  e que um ano antes havia acompanhado Sila em uma visita à cela em que ficou preso no Carandiru e no hotel em que se hospedava no centro da capital paulista.
Hoje, Sila tem uma das maiores frotas de táxi de Belém e Manaus, e uma empresa de investimentos imobiliários nos Estados Unidos. Ele reside em Miami, onde dirige um Mercedes  pelas ruas e monitora os seus negócios, investindo na cidadania americana, mas questiona métodos vigentes no mundo dos negócios no Brasil, que muitas vezes ferem a própria ética em onde “ser honesto é foda”.

Para um homem que foi ladrão e conviveu com prostitutas, traficantes e assassinos, passando por diversas vezes pela prisão, o sucesso foi  resultado de trabalho honesto, até porque não se pode perder o crédito, e de muito esforço. Ele lamenta que no Brasil  de hoje tudo funcione na base da propina, por isso preferiu trabalhar e viver nos Estados Unidos, que oferece mais segurança e estabilidade para quem trabalha e investe sem ter de enfrentar o dragão invisível da corrupção ou o tradicional jeitinho brasileiro.(Kleber Torres_)

domingo, 13 de maio de 2018

Os caminhos do cinema e da invenção para uma Viagem à Lua








Uma obra prima na história do cinema, assim pode ser considerado o primeiro filme de ficção científica, "Viagem à Lua", lançado em 1902, com direção de Georges Méliès, definido como um dos primeiros mágicos do cinema. A produção assinada por Eric Lange, David Shepard e Serge Bloomberg, com duração de 15 minutos, foi inspirada em dois romances populares de sucesso na época: "Da Terra à Lua", de Júlio Verne, e "Os Primeiros Homens na Lua", de H. G. Wells.

O filme foi pioneiro na abordagem da possibilidade de uma viagem espacial e da existência de seres alienígenas, mas incluiu a utilização de foguetes de design parecido com os dos dias hodiernos, isso sem falar no uso de efeitos especiais e até mesmo com retorno dos astronautas à terra através de um pouso da nave num oceano. “Viagem à lua” também compatibiliza cenas de desenho animado de com a imagem de um foguete encravado  no olho da face visível da Lua com feições humanizadas.

Tudo começa quando o professor Barbenfouillis, interpretado por Georges Méliès, convence seus colegas a participarem de uma viagem de exploração lunar, um sonho atávico, acalentado pelo homem desde os tempos imemoriais. O grupo parte em uma nave parecida com as dos dias atuais que foi disparada por um imenso canhão e aterrissa no olho direito da Lua.

O problema é que o grupo de exploradores – que se vestem como os antigos feiticeiros e alquimistas - acaba enfrentando os seres lunares hostis que os levam ao seu rei para um possível julgamento. Numa virada diante da possível ameaça, terráqueos conseguem escapar quando descobrem que os inimigos explodem e viram fumaça diante de uma arma mortal: um simples toque de um guarda-chuva, evidenciando os primeiros efeitos especiais do cinema.

O filme é mudo, mas tem um fundo musical proporcionado pela Mont Alto Motion Picture Orchestra com participação de Eric Behein, Brian Benison, Antonio Coppola, Frederic Hodger, Robert Israel, Neal Kurz e Eric Le Guaen.  A obra produzida pela Star Film teve sua recuperação quadro a quadro concluída em 2011 pela Lubster Films, com uma versão colorida e uma em preto e branco como a original e termina com os heróis sendo recebidos em festa na terra, uma cena que se repetiu na vida real na segunda metade do século XX. (KLeber Torres)


Ficha técnica

Título : Viagem à Lua (Le Voyage dans la Lune)

Data de lançamento: 1 de setembro de 1902 (França)
Direção: Georges Méliès
Produção:  Eric Lange, David Shepard e Serge Blomberg
Figurino: Jeanne d'Alcy
Roteiro : Georges Méliès, Júlio Verne, H. G. Wells
Elenco: Georges Méliès, François Lallement, Jules-Eugène Legris
Drama/Fantasia/Ficção Científica
16 min

terça-feira, 1 de maio de 2018

Banksy ocupa Nova York com suas polêmicas obras de arte






O documentário Chris Moukarbel que tem como titulo Banksy ocupa Nova York (Banksy Does New York) tem como referência uma série de performances de guerrilha artística do britânico Banksy,  pseudônimo de um artista plástico  pintor de grafites e de telas, ativista político e diretor de cinema, que com  a sua arte de rua satírica e subversiva combina humor negro e grafites com um conjunto de técnicas revolucionárias e inovadoras, durante o mês de outubro de 2013, em Nova Iorque, onde  realizou uma série de performances  pelas ruas e espaços urbanos com interferências criativas  terrenos baldios, prédios decadentes e mesmo na parte inferior de  pontes ou viadutos.
O fato é que todas as suas intervenções foram divulgadas em um site e acabaram atraindo a atenção de moradores  da Big Apple e turistas, que fotografavam e faziam selfies junto às obras de arte. Dentre os happenings  se destacam uma crítica à construção da nova torre no Trade Center, além de uma escultura de um Ronald McDonald mal-humorado, com cara de um Deus grego e usando um enorme sapato vermelho que era engraxado por um jovem humildemente  humano.
Entre as surpresas das performances aparece a de um caminhão carregado de bichos de pelúcia que choravam e gritavam simbolizando animais indo para o abate, enquanto o veiculo era estacionado propositalmente em frente a lojas de comercialização de carne de gado, de frango ou de porco. Num outro evento,  ele colocou numa das ruas de NY um vendedor ambulante comercializando seus quadros que valiam US$ 250 mil no mercado formal pelo equivalente a US 60 ou seja cerca de R$ 210 reais, vendendo no total o equivalente a US$ 420, sendo que um dos compradores adquiriu quatro trabalhos para decorar a sua casa.
A performance atraiu uma verdadeira caçada entre fãs, aspirantes a colecionadores de arte e a polícia que os reprimia apreendendo inclusive uma das peças do artista que trabalhou anonimamente e em parceria com artistas americanos. Um especialista no mercado de arte não só catalogou as peças, como também ajudou aos proprietários das paredes e até mesmo de uma esfinge colocada pelo artista em um terreno baldio na realização de uma exposição em que não foram vendidos nenhum dos trabalhos de Banksy. O fato é que todos queriam um pedaço de sua obra antes que fossem destruídas e as tinham em muitos casos através de fotos ou ajudando na sua preservação.
Em sua essência, o  documentário busca  acompanhar a sequência  das obras de Banksy em Nova York e explora a velocidade da reação do público através do whatsApp e das redes sociais, numa mobilização sem precedentes como numa corrida do ouro ou mesmo na busca do sentido da arte e quem sabe da essência da própria vida, num tempo de metáforas e da instantaneidade.(Kleber Torres)


FIcha Técnica:

Título :  Banksy Does New York (Banksy ocupa Nova York)
Direção; Chris Moukarbel
Gênero : Documentário
Nacionalidade : EUA

Ano: 2017

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Uma história que transcende as barreiras e da essência do jornalismo










Uma aula de jornalismo e uma lição de vida assim pode ser definida a essência o documentário The newspaperman: the life and times de Bem Bradlee  (O Homem do Jornal: A Vida de Ben Bradlee), de John Maggio, com duração de 90 minutos e narrado pelo próprio jornalista. O filme revela a história de um controvertido  profissional em imprensa que foi  aluno de uma das melhores universidades americanas,  oficial da Marinha americana com oito condecorações, correspondente internacional, privou da amizade do presidente John Kennedy, que durante 29 anos foi editor do Washington Post e personagem interpretado por Jason Robards e Tom Hanks, em Todos os Homens do Presidente, de Alan Pakula, e do  The Post - A Guerra Secreta.
Com uma série de depoimentos da mulher, dos filhos e amigos, o filme revela a história de um homem de  família conservadora e que esteve incluído num estudo sobre lideres da Universidade de Havard nos anos 40. Ele conta que casou com a primeira jovem que namorou e no mesmo dia passou a atuar por oito anos na Marinha dos Estados Unidos, revelando sua capacidade de liderança e de resiliência no Pacífico durante a II Guerra Mundial.
Uma mostra desta capacidade foi o fato que na adolescência foi acometido poliomielite e superou as sequelas dedicando-se ao esporte com  ajuda e incentivo decisivos do pai. Ele  conseguiu seu primeiro emprego como jornalista em 1948 e acabou  consolidando a sua carreira quando convidado para ser  correspondente da revista Newsweek em Paris, onde conheceu a segunda mulher Tony.
O filme revela todas as facetas do jornalista, que viveu em festas e happenings de uma sociedade glamorosa,  flertando com mulheres cativanetes e cultivando amizade íntima com os Kennedys, em especial com John Kennedy que foi eleito presidente dos Estados Unidos e não perdoava nem mesmo a mulher do amigo.
Bradlee teve participação decisiva como  editor do The Washington Post na  divulgação dos Papéis do Pentágono, que resultou  numa vitória da liberdade de imprensa na Suprema Corte  - sequenciando uma cobertura iniciada pelo New York Times, que foi impedido de divulgar uma sequência de reportagens de documentos secretos sobre a guerra do Vietnã, através e uma decisão favorável ao governo americano – e que abalou o governo de Richard Nixon e o Caso Watergate acabou por derrubá-lo depois de reeleito para presidência dos Estados Unidos.
O problema é que os próceres do governo no caso de Watergate ao invés de admitirem os erros do presidente, botavam a culpa do escândalo na imprensa como ocorre no âmbito tupiniquim com os nossos corruptos envolvidos na Operação Lava Jato.
Os dois casos que tiveram repercussão mundial e são narrados no filme pelo próprio Bem Bradlee, como  também por seus protagonistas, como os repórteres Bob Woodward e Carl Berstein, que levaram com o seu aval até o fim a apuração do caso do Watergate, que a princípio seria um roubo conduzido por cinco ladrões desastrados, mas desmascarados pelos seus vínculos com a CIA e consequentemente com o governo americano. O presidente Nixon era vingativo e gravava costumeiramente as conversas com aliados e inimigos políticos, chegando a banir da Casa Branca a presença dos jornalistas do Washington Post.
No documentário que inclui depoimentos de familiares, amigos, jornalistas e políticos, o ex-secretário de Estado, Henry Kissinger fala do estilo jornalístico de Bradlee que criou uma coluna sobre gente revelando o dia a dia dos poderosos de platão, como um profissional que tinha uma preocupação com boas histórias e a verdade.
Revela ainda as duas facetas do editor, que se desculpou e assumiu um erro por uma série de reportagens indicadas para o Pulitzer – o maior prêmio jornalístico da imprensa americana-   que, comprovou-se, haviam sido forjadas pela repórter  Janet Cooke ao narrar a história fictícia – uma Fake News – de um menino de oito anos viciado em heroína desde os cinco anos. 
Bradlee assumiu o engano com uma histórica  matéria de capa seguida de quatro páginas internas, num exemplo louvável de humildade e de transparência, coisa de quem sabe separar o joio do trigo e por experiência pessoal,  avançar e recuar no momento preciso, o que aprendeu nas artes da guerra e que aplicou com sabedoria na vida.(Kleber Torres)

sábado, 10 de março de 2018

Viver às vezes parece ser fácil de olhos fechados embora seja sempre perigoso





        Candidato da Espanha ao Oscar 2015 na categoria melhor filme estrangeiro, Viver é Fácil Com os Olhos Fechados tem como referência de título o primeiro verso da segunda parte da música Strawberry Fields Forever, destacando que Living is easy with eyes closed. O filme é um Road Movie misturando com excelentes resultados realidade e ficção a partir de um fato real: a ida de John Lennon à Espanha para filmar Como Eu Ganhei a Guerra, rodado em 1966, durante a ditadura franquista, o que gerou uma ampla polêmica internacional.
        O filme começa com um curto documentário mostrando o sucesso global dos Beatles e fatos polêmicos sobre o grupo já em fase de desagregação como a comparação de Lennon no auge da banda declarando: “Atualmente somos mais populares que Jesus Cristo".”  O roqueiro iconoclasta também se queixa no documentário das pressões cotidianas que colocavam em questão a própria individualidade dos artistas, que já não sabiam quem eram em função das apresentações contínuas em vários países e das exigências do marketing dos seus promotores e produtores.
        Tudo começa quando, em plena ditadura do generalíssimo Franco, Lennon, com a mulher, filho e equipe de filmagem se desloca para a cidade espanhola de Almería, com o objetivo de rodar um longa-metragem. A filmagem ocorre em meio aos rumores de dissolução do grupo o que aconteceu somente três anos depois.
        O filme tem como personagem principal o solitário professor Antonio San Roman (Javier Cámara), que leva uma vida modesta  ensinando inglês e latim numa rígida escola religiosa. Ele procura ensinar a língua inglesa aos alunos usando canções dos Beatles e numa das aulas ele faz uma análise da letra de Help (Ajude), que tem um sentido amplo com metáforas  sobre a juventude e a idade adulta, até porque todos nós em um momento da vida vamos  necessitar de algum tipo de ajuda de alguém.
        Tudo muda quando Antonio descobre que seu ídolo Lennon está em Almeria, uma pequena cidade onde prosperam melecas e ramelas. Então,  ele  pega o seu velho carro e parte de Madri para o interior, disposto a conversar com John Lennon e reclamar porque os discos dos Beatles não traziam no encarte as letras das músicas. Coincidência ou não entre realidade e ficção, o filme faz referência no final, que após 1966, os discos da banda britânica na Espanha tiveram encartes com as respectivas letras das músicas.
        Nesta viagem ele encontra dois jovens a quem oferece carona: a bela Belén (Natalia Molina) uma adolescente que esta enjoando no terceiro mês de gravidez e Juanjo (Francesc Colomer),iniciando uma viagem quixotesca marcada de esperança e muitas decepções. Os três oferecem o lastro da dimensão humana do filme com seus dramas: um professor solitário e que era um beatlemaníaco, uma jovem sem rumo e que se prepara para ter um filho, mas que rejeita uma proposta de casamento do professor e acaba tendo momentos íntimos com Juanjo.
        Juanjo, que criava cabelos longos como os dos Beatles, era um jovem rebelde, que foge de casa aos 16 anos por contestar a autoridade paterna e esta mais sintonizado com os Rolling Stones, considerados mais agressivos e  mal comportados.
        O jovem acaba agredido por fregueses machistas do bar onde vai trabalhar e o professor Antonio acumula além disto frustrações pelo fechamento da estrada que dava acesso ao local das filmagens, o que o faz indagar porque tudo dava errado com ele. Outra tentativa frustrada dele é quando chega à casa alugada por Lennon e expulso do portão pela mulher do músico e ator, Cynthia que joga em sua direção caqueiros de planta quando o professor tentava abordar o filhote do casal, Julian Lennon.
          Cabe salientar que o professor  tem sucesso no encontro com o Beatle depois de um contato com um integrante da equipe de filmagem no cinema onde eram rodadas as cenas de cada dia de filmagem, mas o encontro é particular, no set de filmagens sem testemunhas, porque o astro do rock era uma pessoa tímida. O professor é recebido pelo roqueiro numa motorhome.
        O filme tem no seu titulo uma critica velada à  sombria ditadura franquista que deixou no seu rastro milhares de mortos. O  diretor David Trueba consegue colocar na tela os dramas e sonhos humanos, bem como a questão da deficiência de Bruno, um jovem com lesões no cérebro e que vive restrito a uma cadeira de roda.
        Além de conseguir mostrar a dimensão dos dramas humanos e tapas em profusão em várias sequencias, o filme também prima pela qualidade da fotografia no quente verão espanhol e ao resgatar o figurino de uma  época de mudanças culturais aceleradas.
        Em  Viver é Fácil com os Olhos Fechados o professor Antonio mostra que não se pode viver com medo e é preciso ousar, não apenas contra uma ditadura fascista, mas e também contra os seus simbolos um padre ranzinza que aplicava tabefes nos alunos.
        O professor também nos alerta para que não se deixe roubar a dignidade e enquanto Juanjo volta em companhia do pai e de Belén para Madrid. Ele, antes do retorno à capital espanhola destrói a plantação de morangos (strawberry fields) do agricultor que espancou o jovem e o havia agredido quando foi exigir que o mesmo se desculpasse junto ao adolescente.
        Realizado nesta missão, o professor vibrava bem alto “Help” ao volante do seu pequeno carro e como um quinto beatle sumiu na estrada retornado para casa ao som de Strawbarry Fields Forever, talvez mostrando uma contradição de que viver não é fácil muito menos de olhos fechados e como dizia o nosso Guimarães Rosa, é muito perigoso. (Kleber Torres)


Ficha técnica:

Titulo : Viver é fácil de olhos fechados / Living is easy with eyes closed
Direção e roteiro : David Trueba
Elenco : Francisco Colomer (Juanjo), Javier Câmara (Antonio), Ramon Fontserè (Ramon), Natalia Molina (Belén), Rogelio Fernandez (Bruno), Jorge Sanz (Dad) e  Violeta Rodriguez (Julia)
Música : Pat Matheny e Charlie Haden
Cinematografista : Daniel Pilar
Espanha
Colorido
105 minutos

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Qual a lógica e os limites entre ficção e realidade ?





Qual o limite ficção e  realidade é o tema de In the Mouth of Madness (À Beira da Loucura ), um filme de terror  por dirigido por John Carpenter e que mergulha no roteiro de Michael de Luca no universo abismal e caótico de H.P.Lovercraft, um escritor americano que revolucionou o gênero de terror, atribuindo-lhe elementos fantásticos típicos dos gêneros de fantasia e ficção científica.
A história começa quando um investigador, John Trent (Sam Neill) é contratado para localizar Sutter Cane ( Jürgen Prochnow), um escritor de livros de terror que, após terminar seu último livro, desapareceu misteriosamente e sem deixar rastros. Mesmo desconfiando que isso não passa de uma jogada publicitária de marketing para divulgação do livro alavancando as vendas, ele aceita o trabalho de investigação.
Sem pistas definidas, ele começa a ler os livros do escritor desaparecido, buscando identificar  um local onde o Cane possa estar escondido, o que o leva à loucura. O problema é os livros de terror de Cane são essencialmente violentos e, após sua leitura, os leitores começam a agir de modo bizarro, provocando incidentes e mortes.
No início do filme,  as cenas se concentram num paciente, Trent internado num manicômio e que nega ser louco, pede um cigarro ao psiquiatra e depois, numa outra sequência manifesta sinais de já admitir a prevalência da loucura. Como investigador, ele  procurava ao mesmo tempo seguir a rota de pagamentos ao escritor, Sytter Cane considerado o profeta louco das palavras impressa, cuja ficção se tornou uma espécie de religião, um processo que culmina com a publicação do livro The Mouse of Madness, que dá titulo ao filme.
O problema é que em paralelo ao sumiço do escritor, cuja obra em seu conjunto tem um valor estimado de U$S 1 bilhão,  o seu agente literário fica louco e acaba contido à bala, o que coloca em xeque a ideia de um golpe publicitário para divulgação do novo best-seller. Também fica evidenciado para o investigador John Trent é que um ano antes do desaparecimento de Cane o seu trabalho havia se tornado cada vez mais estranho e bizarro, considerando que ele refletia não a ficção, mas a própria realidade, o que é um dos temas centrais do filme que tem um desenho noir.
O detetive, que parece um cético, acredita que  o efeito dos livros no comportamento dos leitores e do próprio agente literário seria fruto de uma espécie de histeria coletiva. Mas, o desenrolar do filme é marcado ainda por noticias sobre uma escalada de violência e mesmo da morte de policiais, enquanto o detetive Trent começa a devorar  os livros do escritor descobrindo criaturas sinistras que vivem na escuridão ou gente que enlouquece e vira monstro.
Trent também  sonha vendo um policial que ia lhe bater virar monstro, além de ver mortos vivos e corpos sangrando. No filme não há violência explicita, mas sugerida por cortes providenciais. Assim, enquanto o detetive  continua devorando os livros de Cane, ele romonta a sua capa, construindo um mapa em que colocando Hobb’s End, um lugar imaginário e cenário do romance   In the Mouse of Madness na Nova Inglaterra (New England).
A editora Linda Styles(Julie Carmen) propõe que o detetive a acompanhe até a Nova Inglaterra. Na viagem em um carro que passeia entre nuvens, eles passam por um estranho garoto de bicicleta e depois Styles atropela um velho que viajava na direção inversa à sua  e que acaba morrendo. Mas em Hobb’s End, onde chegam, tudo é insólito: as ruas estão vazias, há uma casa de antiguidades e num hotel, uma velha senhora seria a personagem do romance de Cane e que teria matado o marido, os hospeda. Na viagem, Trent e Styles também conversam sobre a relação entre realidade/ficção e sanidade/insanidade, mas quais os limites da razão e do bom senso?
Na cidade e no seu entorno, as cenas de violência se seguem em sequências diversas em que aparecem cães rottweiler agressivos, crianças violentas e homens armados que também procuram por Cane, abrigado numa espécie de catedral gótica. Em essência tudo parece indicar que o fim do mundo se iniciava em Hobbs End.
Styles deixa o detetive no hotel e  tenta escapar do labirinto de Hobb’a End sonzinha, mas o dono de um bar onde vai lhe diz que a cidade não é para turistas, depois, ela vai a uma Igreja onde uma criança a chama de mãe e em seguida encontra Cane  protegido pelos cachorros.  Ao voltar ao hotel a editora vê o quadro do hotel mudar de forma e descobre que a realidade é relativa e o que aparentemente é não existia.
Trent também tenta deixar a cidade cuja população parece enlouquecida e encontra Sutter Cane que pede para que ele o deixasse porque seria bom para o livro e que levasse os seus originais para o editor. O detive destrói os originais e apresenta o seu relato ao CEO da editora, Charlton Heston, que le informa sobre a publicação já editada e o filme que está chegando aos cinemas;
Mas À Beira da Loucura prossegue com cenas estranhas e neste ínterim a cidade convive com nova onda de violência e de crimes, numa escalada sem precedentes e o filme termina com o hospício destruído e com os móveis quebrados, com Trent ganhando as ruas, enquanto no prenúncio de uma espécie de  apocalipse uma voz numa emissora de radio informa  que vai continuar a transitir enquanto  puder aguentar. Um cinema abandonado e em meio ao cenário caótico ostenta cartazes e a exibição do In the Mouse of Madness, mostrando o caos e a boca escancarada da loucura.


Ficha Técnica

Titulo : À Beira da Loucura (In the Mouse of Madness)
Direção : John Carpenter
Roteiro : Michael de Luca
Elenco: Sam Neil, Jurgen Prochnow, David Warner, Charlton Heston, Julie Carmen
Gênero : Terror
Origem : EUA
Ano : 1995

95 minutos