domingo, 19 de maio de 2019

Um desejo com gosto de sangue e de morte




 

 

Com nova roupagem e os mesmos ingredientes de sangue e violência, Dead Wish (Desejo de Matar) surge com um remake 44 anos após o lançamento do  primeiro de uma série com sequência de outros quatro filmes: Dead Wish 2, Dead WishIII, Dead Wish IV – Crackdolmes e Dead Wish V – the Face of Death,  que atraíram um público cativo durante um período de duas décadas, estrelados por Charles Bronson, dirigido por Michael Winner, no papel de Paul  Kersey, um arquiteto que se transforma num justiceiro   depois do assassinato de sua mulher  e do estupro da sua filha por assaltantes.
Na nova versão de 2017, depois de ter sua casa invadida por ladrões e a sua mulher Lucy (Elisabeth Shue) assassinada por bandidos, além da filha Jordan (Camila Morrone) gravemente ferida, o cirurgião Paul Kersey, um profissional de saúde bem sucedido, agora interpretado por Bruce Willis, passa a acompanhar a polícia nas investigações infrutíferas para tentar capturar os criminosos, o que o leva a pensar numa forma de vingança devido à lentidão da ação policial.
Ao  perceber que a polícia jamais encontraria os assassinos e que os casos de roubos e assassinatos faziam parte de uma extensa lista de casos insolúveis em Chicago, uma cidade muito violenta segundo os comentários recorrentes na imprensa local referenciada no filme, ele começa a traçar uma estratégia de vingança. Primeiro, indo a uma casa de armas e munições, depois, surrupiando a Glock de um marginal ferido. Assim, ele passa a usar a arma  para  combater a assaltos no bairro onde reside, passando ser reconhecido como justiceiro encapuzado que age como um ceifador de almas.
Posteriormente, ao atender a um dos ladrões mortalmente ferido no hospital onde trabalhava, ele recupera o seu relógio roubado durante o assalto e usando o seu celular,  passa a caçar cada um dos integrantes da quadrilha e no final monta um álibi para escapar das suspeitas dos policiais que o investigavam como um justiceiro em ação numa das maiores e violentas cidades americanas.
O remake dirigido por Eli Roth, que assinou O Albergue e trabalhou com Quentin Tarantino em Bastardos Inglórios (2009), é  atualizado agora a partir de várias sequências com os  registros dos atos de violência que viralizaram via smartphone nas redes sociais, em paralelo ao uso de imagens estáticas que se transformam em memes. Também recupera diálogos do grupo no Whatzapp.
Primando pela ação e pela violência, Dead Wish inclui uma gama de cenas  de ação marcadas pelos tiros em profusão, cirurgias a seco e sem anestesia ou até com o uso de óleo de freio nos ferimentos provocados pelo cirurgião na tentativa de chegar aos integrantes da quadrilha que matou a sua mulher e feriu a sua filha, tudo complementado com o esmagamento de um dos assassinos que acaba  transformado  em uma massa informe de miolos e sangue espalhados no chão de uma oficina mecânica, o que explica o título e irrita os críticos da estética da violência pela violência cada vez mais banalizada e globalizada.(Kleber Torres)



Ficha técnica


Título:  Desejo de Matar (Dead Wish)
Direção : Eli Roth
Roteiro: Scott Alexander, Michael Ferris e Larry Karaszewski

Elenco :  Bruce Willis, Vincent D'Onofrio, Elisabeth Shue,  Camila Morrone, Jack Kesy, Beau Knapp, Kirby Bliss Blanton, Mike Epps, Len Cariou, Kimberly Elise, Ronnie Gene Blevins, Ian Matthews e Nathaly Thibault.

Música: Ludwig Göransson
118 minutos
EUA

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