A HBO
está exibindo a série Chernobyl, com cinco episódios sobre o grave acidente com uma usina
nuclear na Ucrânia, em 1986 e de impacto
global em função da emissão de partículas radioativas na atmosfera, que além da
transmissão na TV, também ficarão disponíveis no aplicativo de streaming HBO
Go. A série é comandada pelo diretor sueco Johan
Renck, que dirigiu anteriormente três episódios de Breaking
Bad, um episódio de Walking Dead e
outro de Halt and Catch Fire.
O ator Jared
Harris (Mad Men e The
Terror) interpreta Valery Legasov, cientista indicado para investigar
a causa do acidente logo após o desastre,
considerado um segredo de estado pelo governo russo, que tentou abafar o caso
evitando inicialmente fazer a retirada da população da área do incidente e até
mesmo controlando o fluxo de informações, inclusive cortando os canais de
telefonia na comunidade afetada pelo superaquecimento e explosão do reator
nuclear, provocando a morte de vários técnicos que trabalhavam na usina nuclear
e afetando desde socorristas, bombeiros, militares e até a própria população atraída pela visão
dantesca das imagens multicoloridas da explosão de energia atômica.
Vale ainda o papel de Paul
Ritter (Anatoly Dyatlov), o responsável pela usina, que se recusava a aceitar
que houve uma explosão do núcleo, porque achava que isso seria impossível em
função da segurança do sistema de geração de energia atômica. O elenco é integrado ainda por Stellan
Skarsgård (Thor) interpretando
Boris Shcherbina, membro de alto escalão do conselho de energia da União
Soviética e apontado como chefe da comissão de Chernobyl pouco depois do
acidente, quando o governo ainda não sabia da explosão do reator e procurava encobrir
a dimensão real do acidente.
Emily Watson é na série a física nuclear
Ulana Khomyuk, a quem cabe resolver o mistério de como o desastre aconteceu em
função de falhas do sistema e de erros humanos no que seria uma aparente operação
de rotina e ao mesmo tempo criar protocolos de segurança prevenindo assim para
que uma tragédia como esta não se repita.
A série que começa com uma reflexão
sobre a questão da verdade e a manipulação política da informação, mas também
revela o que seria o pior desastre do gênero na história, com milhares de
pessoas expostas à nuvem radioativa, que contaminou parte da Europa, além de
resultar no nascimento de crianças deformadas e mutantes.
Segundo dados iniciais, 31 pessoas morreram nos primeiros três meses
após o acidente, mas milhares de vítimas pereceram nos anos seguintes de
doenças relacionadas à exposição e aos efeitos nocivos da radiação, que são
sentidos até hoje pelos sobreviventes, enquanto as áreas vizinhas à usina
continuam desabitadas e sob monitoramento.
Chernobyl tem como foco as mentiras e
fake-news divulgadas pelo governo da União Soviética, liderado por Mikhail
Gorbachev, que tentou sustentar -apesar das evidências contrárias - por algum
tempo que tudo não passava de um simples incêndio, que colocou bombeiros e técnicos
da usina nuclear diretamente em contato com o material radioativo. A série com
cores sombrias mistura drama, com ingredientes de um thriller político e de horror
com a dimensão de uma tragédia global, que ganhou dimensão em escala planetária.
Vale a pena conferir. (Kleber Torres)
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