sábado, 19 de outubro de 2019

O Favorito perde no jogo político e ganha no amor





Há um adágio brasileiro que considera a política como as nuvens, mudando constantemente em função do vento e do tempo, o que se aplica ao caso de Gary Hart, interpretado por  Hugh Jackman, em O Favorito (The Front Runner). O filme é  um drama biográfico sobre um carismático político do Colorado, por onde foi senador por dez anos e se torna o grande candidato do partido Democrata, liderando com folga  a disputa das eleições presidenciais de 1988.
O filme dirigido por Jason Reitman, de Obrigado por fumar, Juno, Tully e Amor em escalas, que assina o roteiro juntamente com Matt Bai e Jay Carson, conta a história real do mais jovem candidato, que aos 46 anos tenta chegar  à presidência dos Estados Unidos.  
A maré começa a mudar quando eclode o escândalo de seu envolvimento com uma jovem modelo, o que põe em risco não apenas a sua candidatura, mas o destino de todos ao seu redor, inclusive a mulher  Lee Hart (Vera Farmiga) e a  filha Andrea (Keitlyn Dever) .
Ao ser questionado por jornalistas, Hart sugere: “é só me seguir, fiquem na minha cola, vocês ficarão entediados”. Os repórteres aceitam o desafio, o seguem, e descobrem o seu relacionamento com uma jovem modelo Kansas, Donna Rice (Sara Pakston). A princípio, ele admite que ela não faz parte da sua campanha.
Mas a investigação jornalística não cessa, e numa entrevista sobre sucessão presidencial, ao invés de tentar focar o  debate sobre economia, política externa e outros temas recorrentes a uma candidatura presidencial, os jornalistas optaram por indagar se ele  fez sexo com ela ou se vai manter a sua candidatura à presidência?
Hart, ao perceber o clima hostil de uma imprensa  que reflete  as ideias de uma sociedade conservadora como a americana, telefona para a mulher informando sobre uma reportagem sobre o seu relacionamento  com uma mulher na casa de do casal, em Washington. A mulher o lembra de que havia pedido ao senador é que não a envergonhasse.
Procurada por jornalistas, Donna Rice, informou que pretendia trabalhar na campanha e simpatizava com as ideias do candidato. Gary Hart contra ataca à denúncias defendo sua privacidade. Mas os rumores se aquecem com o aparecimento de um envelope amarelo com mais fotos comprometedoras do candidato com outras mulheres, evidenciando que ele seria um mulherengo incorrigível e mentiroso contumaz
Ele ainda viaja pelo interior e tenta traçar estratégias para reassumir o comando  do discurso daquela campanha inicialmente fácil e vitoriosa, mas que, acaba sucumbido diante de uma avalanche de denúncias. Para assessores, Hart compara metaforicamente os jornalistas com os caçadores e aos candidatos como a caça, lembrando: “eu envergo, mas não quebro. Cometi alguns  erros, mas sou um idealista que sonha e quer servir ao povo”. Como azar no jogo pode  dar sorte no amor, ele continuou casado com Lee Hart pelo menos até o final das filmagens de O Favorito, que traz lições sobre marketing político e erros que não se pode conviver numa campanha qualquer.(Kleber Torres)



Ficha Técnica

Titulo: O Favorito (The Front Runner)
Direção : Jason Reitman
Roteiro: Jason Reitman, Matt Bai e Jay Carson
Elenco : Hugh Jackman, Vera Farmiga, J.K.Simmons,  Alfred Molina, Kaitlyn Dever, Ari Graynor, Molly Ephraim e Sara Paxton
Música: Rob Simonsen
Gênero : Drama, Biografia

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