Em tempos de pandemia provocada pelo novo coronavírus, o filme Mayhem (Um dia de caos), dirigido por Joe Lynch e rodado em 2017, nos leva a uma reflexão
sobre o caos e a violência desmedida. Tudo tem como base a ocorrência de um
surto virótico temporário no edifício sede de uma empresa de prestação de
serviços jurídicos na área corporativa, onde o advogado Derek Cho (Steven Yeun) acaba
injustamente demitido depois de uma armação preparada pelo seu chefe (Steven Brand), um profissional sem escrúpulos, usuário de cocaína e um
homem de métodos deveras heterodoxos na consecução dos seus objetivos.
No mesmo momento em que Derek Cho está deixando a sede da empresa, levando
a caixa com os seus teréns e escoltado por seguranças, um vírus capaz de fazer as pessoas externarem
seus impulsos mais selvagens e manifestarem seus planos recônditos infesta o
edifício. Enquanto ele está retido no
prédio em quarentena, é forçado a lutar
ferozmente com unhas e dentes não só pelo emprego, mas também pela sua vida.
Nesta luta, ele enfrenta e estraçalha literalmente jagunços a serviço do chefe todo poderoso no
porão do edifício e depois, se associa com uma colega de escritório Melanie
Cross (Samara Weaving) numa vingança que envolve a
tomada cartões de prepostos hierárquicos dos níveis dois e três da empresa para
poder ter acesso ao seguro aos andares superiores do prédio onde funciona a sua
diretoria executiva.
Para
alcançar o escritório do chefe no topo
do edifício, onde o mesmo se reúne com assessores submissos ocupando cargos em função de uma
obediência cega, são registradas lutas à base de socos ingleses e ponta pés em
profusão. Também são registradas mortes com serras elétricas portáteis ou com o
suporte máquinas pneumáticas grampeadoras de pregos, numa sequência cabível nos
filmes do mestre Quentin Tarantino.
Mas o que é
importante no caso de ´”Um dia de caos” não é a necessidade de um
isolamento social para conter a virose – o que é feito com o cerco do edifício pela polícia em conjunto com autoridades
sanitárias com suas capas protetoras e máscaras parecendo astronautas -, mas a
lição do personagem central de que a custa de sangue, suor e muitos gritos, pode-se
conquistar postos numa empresa ou livrar-se de um chefe autoritário depois de
provocar uma gama de mortes em série e imprevistas, além do mais, fica implícito
que para se conseguir a realização de desejos é preciso muito esforço, foco nos
objetivos e definição das metas a serem atingidas, o que pode ser possível na
base do vale tudo ou fazendo vigorar o Leviatã, ou seja, dando amplitude à luta
hobbesiana de todos contra todos. (Kleber Torres)
Ficha técnica:
Título: Um dia de caos (Mayhen)
Direção: Joe Lynch
Roteiro: Matias Caruso
Elenco : Samara
Weaving, Steven Yeun, Dallas Roberts, Steven Brand
Música : Steve Moore
Gênero : Ação e Terror
Origem: Estados Unidos
86 minutos
2017
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