O João Heleno do faroeste sertanejo começa com uma disputa de poder entre os Britos
e Arapuã. O filme inicia com um tiroteio no agreste, onde seu Brito jovem
(Giovani Gomes) enfrenta um grupo da
família dos Arapuã, num confronto mortal. Quase sem munição e apenas com uma bala no revólver, ele dá o tiro derradeiro e a bala se choca com o projetil de um pistoleiro rival
provocando um verdadeiro panavuê.
As balas explodem e,
num milagre só possível no sertão e no mundo encantado da invenção, os fragmentos se dispersam, matam logos dois
pistoleiros, explodem um urubu azarado, que voava em local e hora
errados, e liquida aos demais jagunços
encerrando a primeira parte de uma história manchada de sangue, se
transformando numa lenda contada de boca a boca, como uma história do c* ou
como uma robusta colhuda.
Doente e enfraquecido, o patriarca da família dos Britos
(Sóstenes Lennon Fonseca), chama os dois últimos herdeiros,
inclusive a João Heleno dos Britos,
recomendando para que vocês “não deixem,
um condenado daqueles (os Arapuãs) encostarem um dedo e nem pensar uma cruzeta
contra os Britos”, exalando seu último suspiro.
Com a morte do velho
Brito, começa uma série de confrontos que se transformam num rio de sangue, o
qual esguicha em abundância dos feridos até a morte. Neste ínterim e no meio da
disputa mortal, João Heleno dos Brito conhece e se apaixona por uma japonesa Ono Yoka (Harumi Harada), cujo nome
se parece com o de Yoko Ono a verdadeira mulher do Beatle morto na vida real.
Apaixonados, os dois acabam se casando, tendo filhos e João
Heleno dispensa os jagunços a seu
serviço e propõe o fim da disputa entre
as famílias rivais. A decisão repercute nos jornais da terra que trazem nas
manchetes de primeira página informações sobre 10 anos sem uma morte em Caruaru
e mostrando uma cidade vivendo em paz.
A suspensão do acordo
termina de forma abrupta, quando o locutor de uma emissora local volta
do lanche comendo o sanduiche e ao invés de ler e comentar as manchetes dos
jornais locais, anuncia num furo de reportagem e, como na história do ídolo do rock John Lennon, ele informa que o João Heleno
dos Brito, foi morto a tiros de revólver
38, por um pistoleiro. A notícia repercute e uma mulher comenta: “tira os
meninos da rua, que mataram João Heleno dos Brito” e num átimo as ruas se
esvaziam, com gente correndo para suas casas.
No fim, tudo acaba bem, num campo verdejante com pessoas
ouvindo músicas de cítara e instrumentos de percussão indianos e o João Heleno
beatificado num outro plano astral. Afinal o que é realidade e o que não é
quando se fala do sertão e de coisas como a chegada de Lampião no céu ou no
inferno, mas isto o leitor é que escolhe.(Kleber Torres)
Ficha
Técnica :
Título
:João Heleno dos Britos
Duireção
e Roteiro : Neco Tabosa
Elenco : Tagore Suassuna, Harumi Harada, Daniel Araújo, Giovanni
Gomes e Sóstenes Lennon Fonseca
Cinematogafista :
Roberto Yuri
Brasil
20 minutos
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