quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024
O humor eterno de um trapalhão que transitou no samba, na televisão e no cinema
O humor eterno de um trapalhão que transitou no samba, televisão e no cinema
Para quem não estava macetando no Carnaval e nem preocupado com o apocalipse ou mesmo o arrebatamento do juízo final, uma opção de lazer com humor e samba ficou para o documentário “Mussum, o Filme do Cacildis”(2018), exibido pelo Cine Brasil e biográfico “Mussum, o Filmis”(2023), no TV Brasil Play, que pode ser acessado através de streaming. O primeiro, foi um documentário narrado por Lázaro Ramos, assinado por Suzanna Lira, que dirigiu Torre das Donzelas e Clara Estrela e o segundo, de Silvio Guindane, a partir de um livro do escritor e roteirista Juliano Barreto.
Em essência, “Mussum, um Filme do Cacildis”, é um documentário sobre a vida e a carreira do humorista e sambista Antônio Carlos Bernardo Gomes, mais conhecido como Mussum, que morreu aos 53 anos após um transplante de coração. O filme começa com uma explicação didática sobre forever, que em inglês significa para sempre e que dá a dimensão eterna de um artista. Mas forevis, da linguagem mussunica com seus is nos finais das palavras, é outra coisa, definindo inclusive uma parte retrofuricular do corpo que a terra há de comer.
Como artista Mussum foi humorista e sambista, destacando-se um dos integrantes do grupo Os Trapalhões, que fez muito sucesso na televisão brasileira nas décadas de 1970 e 1980, falando a linguagem do povo e mostrando Didi, como um nordestino sofrido e esperto; Dedé, como um galã da periferia; Zacarias, um mineirinho caipira e Mussum, como um malandro mangueirense e um carioca do morro. Ele também foi vocalista do grupo Os Originais do Samba, que misturava samba e humor em suas músicas, como a do antológico assassinato do camarão.
“Mussum, um Filme do Cacildis” é narrado com depoimentos de familiares, amigos e colegas de trabalho de Mussum, além de imagens de arquivo e cenas de seus filmes e programas. O filme também revela uma outra face do artista: o lado mais sério e engajado de Mussum, que lutou contra o racismo e a desigualdade social, usando o humor como uma forma de resistência e de afirmação da sua identidade negra.
Baseado no livro “Mussum Forévis – Samba, Mé e Trapalhões”, de Juliano Barreto, que assina o roteiro de “Mussum, o Filmis” (1923), dirigido por Silvio Guindane e estrelado por Aílton Graça como Mussum. O filme, premiado no 51º Ferstival de Cinema de Gramado, abocanhando seis prêmios e uma menão honrosa – como melhor filme, melhor ator, melhor atriz e melhor ator coadjuvante, além da melhor trilha musical e melhor filme no júri popular- narrando a trajetória do artista desde a infância pobre, sua formação escolar, carreira miitar, sua ligação com a Mangueira, o Flamengo e o sucesso de Antônio Carlos Bernardes Gomes, integrante do grupo Os Originais do Samba e de Os Trapalhões.
O filme resgata a sua trajetória como sambista e passista, além de gags do humorista e cenas antológicas dos Trapalhões na televisão e no cinema, registrando a participação arttística de Carlinhos do Reco-Reco rebatizado como Mussum por Grande Otelo. Também mostra a sua relação com a mãe Malvina (Cacau Protásio) e com os seis filhos, revelando como um menino do morro chegou ao estrealato e hoje refulge com seu humor na eternidade através do cinema e dos livros.(Kleber Torres)
Ficha técnica :
Título : Mussum, o filmis
Direção : Silvio Guindane
Roteiro : Juliano Barreto
Elenco : Ailton Graça,Vanderlei Bernardino,Neusa Borges, Gero Camilo, Jeniffer Dias, Késia Estácio, Cinara Leal, Thawan Lucas, Yuri Marçal, Cacau Protásio,Felipe Rocha, Hugo Germano, Gustavo Nader, Christiano Torreão
Diretor de Fotografia : Nonato Estrela
Música : Max Castro
Colorido
2022
Brasil
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