sábado, 17 de janeiro de 2015

Aguirre entre o poder e a loucura divina





O filme Aguirre, der Zorn Gottes (Aguirre, a Cólera dos Deuses) é drama histórico dirigido por Werner Herzog e que tem como destaque Klaus Kinsk, que interpreta Aguirre, um homem obcecado pelo poder e que acaba envolvido pelos meandros da loucura. O elenco traz ainda  Ruy Guerra ( Don Pedro de Urzúa)  e Helena Rojo (Ines de Artienza) num drama histórico e que reconstitui uma lenda sobre a conquista da Amazônia e a busca do El Dorado.
O filme tem como referência uma expedição de conquistadores espanhóis enviados por Gonzalo Pizarro, governador de Quito, em busca de El Dorado, uma lendária cidade de ouro e das riquezas em profusão. No filme, um grupo de 40 homens entre espanhóis e indígenas comandados por Dom Pedro de Urzúa e Lope de Aguirre se desloca em balsas através de um grande rio, possivelmente o Amazonas, na busca desta terra encantada.
O roteiro tem por base a narrativa do diário do Frei Gaspar de Carvajal, que teria participado da fracassada expedição ao El Dorado e que se perdeu na floresta. O filme relega a um segundo plano o aspecto meramente histórico e circunstancial para se concentrar na proposta do  diretor Herzog, ao  mostrar as consequências psicológicas e morais para homens em situações de stress, confrontados com índios selvagens, uma terra inóspita e pela proximidade imediata da morte. O contraponto seria a sede de poder e de riqueza do  El Dorado.
No filme que começa em janeiro de 1561, um dos personagens constata que a vida humana é uma erva levada pelo vento e no dia 7 janeiro, D. Fernando Guzman (Peter Berling), que num golpe articulado por Aguirre passa a ser o Rei do El Dorado, rompe os laços com a coroa espanhola.  Ferido numa disputa interna e alijado do poder, D. Urzúa é defendido pela sua mulher, mas acaba condenado a morte por enforcamnento e depois é perdoado num gesto de magnanimidade pelo  por D. Fernando, o que desgosta o seu padrinho e antagonista Aguirre, que atua sempre nos bastidores.
Com a criação do novo reino, um dos personagens, Okello (Edward Roland) constata que todos vão ganhar com o novo governo quer na distribuição  cargos ou salários e na partilha do poder  numa terra seis vezes maior que a Espanha, mas que uma imensa floresta tropical inacessível e inóspita.
Aguirre aos poucos vai assumindo o controle do poder e em função das mortes e deserções ameaça cortar em 198 pedaços a aquele  que pensar em fugir e que se for alcançado será preso por 155 anos, porque “eu sou a cólera dos deuses. O poder  e a glória,” enfatiza com a empáfia dos autoritários e ditadores.
A trama se desenrola do espaço de 48 dias, mais precisamente no período entre 6 de janeiro a 22 de fevereiro de 1561 e termina com a morte de um a um dos integrantes da expedição, muitos  vendo miragens e barcos nas árvores, enquanto Aguirre no auge da loucura  promete em seus sonhos conquistar Trinidad e o Mèxico, numa outra e impossível expedição.
O filme Aguirre marca o início  de uma conturbada, mas bem sucedida parceria de 15 anos entre o ator Klaus Kinski com o diretor Werner Herzog, que  teve também como destaque o filme Fitzcarraldo, a história de Brian Sweeney Fitzgerald, um sonhador incorrigível, com a participação de Jose Lewgoy e Grande Otelo. Aguirre foi filmado em cinco semanas, com locações no Peru e no Rio Amazonas, também o mesmo cenário de Fitzcarraldo.(Kleber Torres)

Ficha técnica:
Aguirre, a cólera dos deuses /  Aguirre, der Zorn Gottes
Direção e roteiro:Werner Herzog
Elenco: Klaus Kinski – Aguirre;  Helena Rojo - Ines de Artienza; Ruy Guerra -Don Pedro de Urzúa; Del Negro - padre Gaspar de Carvajal; Peter Berling - Don Fernando de Guzman; Cecilia Rivera - Florés de Aguirre; Daniel Ades – Perucho e Edward Roland - Okello
Género: drama histórico
Nacionalidade: Alemanha Ocidental
Ano : 1972


Duração: 110 minutos


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