Em 1948, Orson Welles (Danny Huston) tenta a sua
reinvenção após uma crise com os produtores de Hollywood e após o do seu casamento tumultuado com a atriz Rita
Hayworth. Nesse contexto, ele embarca
para Roma onde deveria assumir a direção de Black Magic, mas um ator é
assassinado no set de filmagens e cineasta encontra-se com sua bela filha adotiva (Paz
Vega) passando a investigar o caso em companhia do seu motorista, um anarquista
italiano.
O caso é complicado e envolve Welles, que havia se notabilizado com a
transmissão radiofônica da Guerra dos Mundos, de H.G.Wells, feita pela feita
pelo Mercury Theater on the Air e que causou comoção e pânico nos Estados Unidos,
bem comona direção do Cidadão Kane, considerado uma obra prima no cinema. Assim,
o cineasta acaba envolvido num perigoso jogo político de intriga internacional num
cenário de pós-guerra e de realização de uma eleição importante para os
destinos da Itália, onde o PC tem forte influência junto ao eleitorado.
A disputa envolvia grupos de
direita apoiados pelos Estados Unidos e de esquerda financiados pelos russos, no
prenúncio da guerra fria que se acentuou nos anos 60, mas que também se contrapunham com nacionalistas
herdeiros do fascismo, o que resultou numa série de assassinatos e atentados
marcando uma escalada de violência na Itália.
O fato é de que além recepção relativamente indiferente que teve por parte dos italianos, o cineasta era
tratado pelos jornalistas como o senhor Hayworth, Welles teve ainda que trabalhar com um diretor limitado e com um ambicioso roteiro medíocre, que
segundo ele poderia melhorar muito. Welles confessa ao motorista que estava trabalhando num filme de segunda e
com um diretor de terceira.
Mas prossegue mantendo o
compromisso profissional e, durante as
gravações do filme, ocorre o primeiro assassinato da história, o qual passa a
investigar com a ajuda de seu motorista, em busca de uma explicação para a morte do personagem, que a morrer fala de Nero, o
que pode estar ligado ao tráfico de drogas, que a vitima comprava para a mulher
viciada em heroína.
A partir daí a partir de uma
série de pistas e informações contraditórias, inclusive de familiares da vitima
e de um amigo ligado à CIA, o cineasta descobre que existe uma conspiração como
pano de fundo do enredo e uma lista de dez nomes, entre os quais o seu também está incluído. A questão é saber se ele
também estaria ameaçado de morte e o por quê?
O filme que faz parte de uma parte
da biografia de Welles, um cineasta que colocou o seu nome em definitivo na história
do cinema é inteligente. Nele, um dos personagens, o motorista diz ao analisar
o cenário político e de mudanças do
pós-guerra, que “as moscas mudam, mas a merda é sempre a mesma”, e nele
aparecem referência personalidades bem
conhecidas da historia cinema, bem como da Cinecittà, que depois da segunda guerra
passou a receber e ser abrigo de milhares de refugiados.
O filme também vale pela reconstituição
de época e por uma trilha sonora, além de contar com o excelente desempenho de Danny
Huston interpretando o imortal Orson Welles, que sofreu forte grande influência
de cineastas como Griffith e Eisenstein, mas também foi personagem de outros
filmes sobre a sua vida, mas depois desta viagem a Itália, jamais retornou aos
Estados Unidos.(Kleber Torres)
Ficha técnica
Titulo : Fade
to Black (Um Nome na Lista_
Direção :Oliver Parjer
Elenco:
Elenco: Danny Huston, Paz Vega, Christopher Walken, Diego Luna, Anna Galiena,
Nathaniel Parker, Violante Placido
Música : Charlie Mollie
Roteiro: Oliver Parker com base em um romance de Davide Ferrario
Ano :2006
Gênero: Thriller/Mistério ‧ 1h 44m
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