A exibição do antológico Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber
Rocha, que completa 50 anos de lançamento, marcou a abertura do 47º Festival de
Brasília do Cinema Brasileiro na noite de terça-feira(16). A obra considerada
um clássico pelos críticos e foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes
em 1964.
Paloma Rocha, filha de Glauber, agradeceu a homenagem em nome dos familiares do cineasta declarando que “ a recebo com carinho e orgulho. Acho que
Deus e o Diabo abrir esse festival é uma honra”. Ela elogiou a retomada do
antigo formato do festival, em que os filmes competem sem a separação em gênero,
privilegiando a autoria, a invenção e a qualidade dos filmes que estão em
competição.
Além da exibição do filme, com
a apresentação de uma cópia inteiramente restaurada, quem esteve na
abertura acompanhou a apresentação de uma orquestra de câmara integrada por músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro
Nacional Claudio Santoro, que sob a regência do maestro Cláudio Cohen, interpretaram a Bachiana nº 5, de Heitor Villa-Lobos e
Perseguição, de Sergio Ricardo, que
integram a trilha sonora do filme.
Sinopse
O filme rodado na Bahia, conta a
história do cangaceiro Manuel e sua mulher Rosa,que são obrigados a viajar pelo sertão, após ele
ter matado o patrão. Em sua jornada, eles acabam cruzando com um Deus negro, um
diabo loiro e um homem temível que seria um coronel que se recusava a perder o
controle politico e econômico da comunidade onde vivia.
Deus e o Diabo na Terra do Sol é considerada uma
obra-prima do polêmico Glauber Rocha, um dos mais importantes cineastas
brasileiros da história,que considerava fundamental uma ideia na cabeça e uma câmara
na mão. Ele também nos legou uma obra literária inclusive com o Riverão Susuarana,
seu único romance, onde a procura reinventar numa aventura joyceana a
língua portuguesa, criando vocabulários e uma nova sintaxe.(Kleber Torres)
Ficha técnica
Direção: Glauber Rocha
Roteiro: Glauber Rocha
Gênero: Drama
Elenco: Othon Bastos , Geraldo Del Rey , Sonia Dos
Humildes, Maurício do Valle, João Gama e Yoná Magalhães
Duração: 115 minutos
Programação
O coordenador-geral do festival,
Miguel Ribeiro, lembrou que, nesta edição, as exibições e atividades do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro ganharam
novos espaços e mais quatro cidades do Distrito Federal participam da
programação: Taguatinga, Gama, Sobradinho e Ceilândia.
A programação contempla a exibição de filmes das diferentes
regiões do país, mostrando um panorama da produção atual do cinema brasileiro,com
apresentação de seis longas-metragens e 12 curtas,além de abrir espaço para
debates e seminários, sobre O Papel das TVs Públicas e Privadas no Desenvolvimento
de Políticas Locais, amanhã(18) e sobre a Produção Independente,na segunda
feira (22).
Programação de hoje (17)
10h - Cine Brasília, CG do Gama, Sesc Ceilândia, Teatro da
Praça-Taguatinga e Teatro de Sobradinho
Festivalzinho (filmes para crianças), para escolas agendadas -
Programação I
14h30 - Museu Nacional da República, auditório II, entrada franca
Seminário - Políticas pública para o audiovisual
com Manoel Rangel (Diretor-presidente da Ancine) e Hamilton Pereira
(Secretário de Estado de Cultura do DF).
15h30 - Museu Nacional da República, auditório II, entrada franca
Seminário - Financiamento de projetos e novos formatos
Palestrantes: Felipe Vogas (Superintendente de fomento - Ancine) e
Mário Borgneth (Secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura).
16h - Cine Brasília, entrada franca
Mostra Reflexos do Golpe: O caso dos irmãos Naves (1967), de Luiz
Sérgio Person. Com Anselmo Duarte, John Herbert, Juca de Oliveira, Raul Cortez,
Sérgio Hingst. Ficção, p&b, 85 min, 14 anos.
16h - CG do Gama, Sesc Ceilândia, Teatro da Praça de Taguatinga e
Teatro de Sobradinho
Mostra Luta na Tela: Quase dois irmãos (2004), de Lúcia Murat. Com Caco
Ciocler, Flávio Bauraqui, Werner Schünemann, Antônio Pompêo, Maria Flor.
Ficção, cor, 102 min, 16 anos.
18h - Museu Nacional da República, auditório I, entrada franca
Mostra Eduardo Coutinho: Santo forte (1998). Documentário, cor, 80 min,
16 anos.
19h - Museu Nacional da República, auditório II, entrada franca
Mostra Horizonte Brasil: Porto das Caixas (1962), de Paulo Cezar
Saraceni. Com Irma Álvarez, Margarita Rey, Paulo Padilha, Reginaldo Faria.
Ficção, p&b, 80 min, 14 anos.
20h - Museu Nacional da República, auditório I, entrada franca
Mostra Continente Compartilhado – Coproduções latinas: Artigas - La
Redota (Uruguai, Brasil, 2011), de Cesar Charlone. Com Jorge Esmoris, Yamandú
Cruz, Franklin Rodríguez, Gualberto Sosa e Rodolfo Sancho. Ficção, cor, 118
min, 14 anos.
20h30 - Cine Brasília (R$ 6 e R$ 12)
Mostra competitiva de curta-metragem: Loja de répteis (PE), 2014, de
Pedro Severien. Com Fransergio Araujo, Maeve Jinkings, Giordano Castro, Cintia
Lima. Ficção, cor, 17 min, 16 anos. Bashar (SP), 2014, de Diogo Faggiano. Com
Rami Jarrah Saleh Fekry. Documentário, cor, 18 min, 16 anos.
Mostra competitiva de longa-metragem: Sem pena (SP), 2014, de Eugênio
Puppo. Documentário, cor, 87 min, 12 anos.
20h30 - CG do Gama, Sesc Ceilândia, Teatro da Praça-Taguatinga e Teatro
de Sobradinho, entrada franca
Mostra competitiva de curta-metragem: Loja de répteis (PE), 2014, de
Pedro Severien. Bashar (SP), 2014, de Diogo Faggiano. Mostra competitiva de
longa-metragem: Sem pena (SP), 2014, de Eugênio Puppo.
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