domingo, 23 de agosto de 2020

Kill Bill: uma estética de violência e vingança nua & crua


 

A vingança é um prato que se come frio e nunca é uma linha reta, isto é o que nos ensina Kill Bill I, em que Quentin Tarantino nos conta, com muito sangue e humor negro, a história da vingança da Noiva/Beatrix Kiddo/Mamba Negra (Uma Thurman) contra seus ex-companheiros do Esquadrão Assassino das Víboras Mortais (Deadly Viper Assassination Squad) integrado por Estados Unidos Bill / Encantador de Cobras (David Carradine), O-Ren Ishii/Boca de Algodão (Lucy Liu), Elle Driver/Cobra Californiana (Daryl Hannah), Budd/Cascavel (Michael Madsen) e Vernita Green/ Cabeça de Cobre/Jeannie Bell(Vivica A. Fox), que tentaram assassiná-la no ensaio para seu casamento em El Paso.

         

Considerado um desdobramento de Pulp Fiction, Kill Bill I tem a direção do Quentin Tarantino, num roteiro ágil e dinâmico, assinado a quatro mãos por ele e por Uma Thurman, tendo como referências de ação  a cultura pop  misturando referências aos filmes de caubói italiano com anime, blaxexploitation, consorciado  com kung fu e tudo o que se tem direito, tendo como pano de fundo a música popular e uma escalada crescente de violência. Por uma questão de tempo, o filme desenvolvido em 10 capítulos, foi dividido em duas partes Kill Bill – Volume I(2003) e Kill Bil Volume II(2004), com filmagens nos Estados Unidos, México, China e Japão.    

 

A vingança começa depois que a Mamba Negra, sai do coma e vai ao encontro de Vernita Green, que vive com a filha pequena em Passadena.  A Mamba Negra considera que matar o inimigo, numa lista de cinco nomes dos seus algozes, suprime a emoção humana e a compaixão, que são colocados num segundo plano. A ideia é matar quem se interpuser ao seu caminho seja Deus, Buda ou mesmo um pobre diabo qualquer.

  

O capitulo II, A Noiva Ensanguentada, começa quando o xerife investiga a chacina de nove pessoas, entre as quais a noiva, o noivo, o reverendo, e até o músico que tocava o órgão.  Numa cena de humor negro, o xerife questiona, “mas o que foi isso? Parece coisa de um esquadrão da morte nicaranguense”.  Para intuir com sua experiência que este foi um trabalho de matadores profissionais e que é coisa de gente grande.

 

No hospital, onde a Mamba Negra permanece em coma, um enfermeiro aluga o corpo da paciente para um cliente, recomendando nada de mordidas ou chupões para não deixar marcas. Nesse interim, ela desperta do coma e morde a língua do estuprador que morre. Quando o enfermeiro volta para saber se o cliente se divertiu, ela também o agride e pergunta: “cadê o Bill?” Fugindo em seguida deixando mais um corpo no seu caminho.

 

No capítulo III, A Origem, ela parte em busca da vingança contra O-Ren Ishi, cujo pai foi morto pela máfia japonesa, quando tinha nove anos e aos 20, já era considerada uma das melhores assassinas do mundo. Aos 25, ela participou da chacina de nove pessoas, inclusive da Mamba Negra e a sua filha, que também escapou com vida deixando de ser a décima vítima.

O Homem de Okinawa é o título do capitulo IV, quando a Mamba Negra procura no Japão a Hattori Hanzō(Sonny Chiba), a quem pede uma espada de samurai para exterminar uma praga. Hanzô questiona: “então deve ser um rato grande”, e ela responde laconicamente: “Imenso”. E é recomendada a pegar a segunda espada debaixo para cima em um painel. Num teste de reflexo e da espada de puro aço, ele atira em sua direção uma bola de beisebol, a qual ela corta ao meio com um golpe.

 

A violência explode com mais mortes e muito sangue,  no capitulo seguinte, no Confronto na Casa das Folhas Azuis, com cenas de luta minuciosamente coreografadas com destaque para a luta  travada contra Go-Go-Yubari (Chiaki Kuryama)), que morre com lagrimas de sangue, no Clube 88, tendo como pano de fundo apresentação musical do grupo de rock japonês “The 5.6.7.8’s”, onde a Mamba Negra foi em busca de  O-Ren Ishii, onde inicia uma carnificina, deixando para os feridos que tiveram a sorte de ficar vivos saiam, mas deixando como compensação os membros que perderam.

 

As duas rivais se encontram num jardim coberto de neve, onde a Mamba fere  O-Ren Ishii nas costas, dizendo que “você pode não saber lutar como os samurais, mas pelo menos deve morrer como tal”. Enquanto Bill procura saber se a Mamba Negra sabe que a filha ainda esta viva, sinalizando para a continuidade do Kill Bill II, que é menos violento, mas envolve muita ação com uma assassina vingadora que não esquece e nem perdoa seus inimigos. (Kleber Torres)

 

Ficha técnica:

 

Título : Kill Bill - Volume 1 (BRA)

Direção: Quentin Tarantino

Roteiro:  Quentin Tarantino e Uma Thurman

Elenco:  Uma Thurman, David Carradine, Lucy Liu, Vivica A. Fox, Michael Madsen,  Darryl Hannah, Julie Dreyfus, Gordon Liu e  Chiaki Kuriyama

Gênero : Aventura

Cinematografia : Robert Richardson

Lançamento 2003

Idioma          inglês

Estados Unidos

2003 •  cor •  111 min

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