A
comédia 1941 - Uma Guerra Muito Louca é
uma sátira ao militarismo, ao poder, à guerra e à própria sociedade
norte-americana a aos seus valores. Ele tem como referência a paranóia
instalada após o ataque japonês de surpresa à
base naval de Pearl Harbor, no Oceano Pacifico, o que determinou o
ingresso dos Estados Unidos na 2ª Guerra Mundial. Com o ataque os americanos
passaram a temer uma impossível invasão nipônica ao território americano, o pânico se espalhou e todos se convenceram de que
a Califórnia era o próximo alvo dos japoneses.
No
filme, o general do estado-maior
Joseph Stilwell (Robert Stack), recebeu ordens de defender o sul da Califórnia
e numa ação articulada diversas unidades
da marinha e do exército americanos se mobilizaram para formação de um sistema de defesa, com apoio aviões e de baterias de antiaéreas
e costeiras colocadas de prontidão. Em realidade, por trás de uma história de
guerra está uma comédia de humor inteligente e refinado, associada com tomadas
perfeitas e uso de efeitos especiais como o da cena de uma banhista nua, que é
içada do mar no mastro de um submarino japonês, numa tomada de duplo sentido e
de forte apelo sexual.
O
filme leva a assinatura de Steven Spielberg – Encurralado, Goonies, Indiana
Jones, Contatos Imediatos de Terceiro Grau e Tubarão, entre outros trabalhos-,
um cineasta consagrado de vários blockbusters e que tem incursionado com
sucesso nos diversos gêneros cinematográficos com roteiros selecionados, em
muitos caos com indicações para o Oscar.
Vale
frisar que em 1941 tudo gira em torno da possível e obsessiva invasão japonesa
a Los Angeles e por tabela a Hollywood, a Meca do cinema americano e por
coincidência um símbolo do american way
of life, que se impõe pela prevalência da riqueza, do sucesso e da
valorização da liberdade.
Também
interessante no filme é que pela primeira vez desde a Guerra Civil cidadãos
americanos se preparavam para defender sua pátria contra um inimigo externo,
que poderia atacar em qualquer lugar e a qualquer hora, com uma força
desconhecida. No filme se impõem as sequências emocionantes em que dois pequenos caças da
força aérea norte americana realizam uma perseguição entre os corredores de
edifícios de Los Angeles iluminados por refletores da artilharia antiaérea.
Há
ainda uma outra cena em que um monomotor desce nas ruas da cidade coalhada de
soldados e de civis atônitos com imprevisível chegada dos nipônicos. Destaque também
para a sequência de bombardeio de um parque de diversões, com uma cena em que
uma roda gigante se desloca por uma passarela iluminada até cair no mar graças
aos recursos dos efeitos especiais.
O
filme teve um custo de R$ 35 milhões e recebeu três indicações ao Óscar, nas categorias de Melhor
Fotografia, Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais e reúne no elenco Dan
Aykroyd, John Belush, e Toshiro Mifune, interpretando o comandante do submarino
japonês em missão na costa oeste e que pretende realizar uma solitária incursão
contra Los Angeles. Ele ordena inclusive o bombardeio de uma casa e de um
parque de diversões.
O
personagem do general Stilwell foi oferecido a John Wayne e Charlton Heston,
mas ambos recusaram o papel, alegando que o filme seria anti-patriótico e
desrespeitoso com as pessoas que lutaram na II Guerra Mundial. Já o antológico
personagem do capitão Wild Bill Kelso, que originalmente não teria tanto espaço no filme,
teve o seu tempo de cena ampliado após a contratação de John Belushi para
interpretar o personagem. O posto de gasolina
Kelso abastece foi o mesmo usado por Steven Spielberg em Encurralado, em
1971, que é uma obra prima e merece ser vista e revisitada (Kleber Torres)
Ficha Técnica
Título Original: 1941
Ano do lançamento: 1979
Produção: EUA
Gênero: Comédia
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Bob Gale, Deborah Nadoolman, John Milius,
Robert Zemeckis e William A. Frake
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