segunda-feira, 11 de agosto de 2014

1941







A comédia  1941 - Uma Guerra Muito Louca é uma sátira ao militarismo, ao poder, à guerra e à própria sociedade norte-americana a aos seus valores. Ele tem como referência a paranóia instalada após o ataque japonês de surpresa à  base naval de Pearl Harbor, no Oceano Pacifico, o que determinou o ingresso dos Estados Unidos na 2ª Guerra Mundial. Com o ataque os americanos passaram a temer uma impossível invasão nipônica ao território americano, o  pânico se espalhou e todos se convenceram de que a Califórnia era o próximo alvo dos japoneses.
No filme, o  general do estado-maior Joseph  Stilwell (Robert Stack),  recebeu ordens de defender o sul da Califórnia e numa ação articulada  diversas unidades da marinha e do exército americanos se mobilizaram  para formação de um sistema de defesa,  com apoio aviões e de baterias de antiaéreas e costeiras colocadas de prontidão. Em realidade, por trás de uma história de guerra está uma comédia de humor inteligente e refinado, associada com tomadas perfeitas e uso de efeitos especiais como o da cena de uma banhista nua, que é içada do mar no mastro de um submarino japonês, numa tomada de duplo sentido e de forte apelo sexual.
O filme leva a assinatura de Steven Spielberg – Encurralado, Goonies, Indiana Jones, Contatos Imediatos de Terceiro Grau e Tubarão, entre outros trabalhos-, um cineasta consagrado de vários blockbusters e que tem incursionado com sucesso nos diversos gêneros cinematográficos com roteiros selecionados, em muitos caos com indicações para o Oscar.
Vale frisar que em 1941 tudo gira em torno da possível e obsessiva invasão japonesa a Los Angeles e por tabela a Hollywood, a Meca do cinema americano e por coincidência um símbolo do american way of life, que se impõe pela prevalência da riqueza, do sucesso e da valorização da liberdade.
Também interessante no filme é que pela primeira vez desde a Guerra Civil cidadãos americanos se preparavam para defender sua pátria contra um inimigo externo, que poderia atacar em qualquer lugar e a qualquer hora, com uma força desconhecida. No filme se impõem as sequências  emocionantes em que dois pequenos caças da força aérea norte americana realizam uma perseguição entre os corredores de edifícios de Los Angeles iluminados por refletores da artilharia antiaérea.
Há ainda uma outra cena em que um monomotor desce nas ruas da cidade coalhada de soldados e de civis atônitos com imprevisível chegada dos nipônicos. Destaque também para a sequência de bombardeio de um parque de diversões, com uma cena em que uma roda gigante se desloca por uma passarela iluminada até cair no mar graças aos recursos dos efeitos especiais.
O filme teve um custo de R$ 35 milhões e recebeu três  indicações ao Óscar, nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais e reúne no elenco Dan Aykroyd, John Belush, e Toshiro Mifune, interpretando o comandante do submarino japonês em missão na costa oeste e que pretende realizar uma solitária incursão contra Los Angeles. Ele ordena inclusive o bombardeio de uma casa e de um parque de diversões.
O personagem do general Stilwell foi oferecido a John Wayne e Charlton Heston, mas ambos recusaram o papel, alegando que o filme seria anti-patriótico e desrespeitoso com as pessoas que lutaram na II Guerra Mundial. Já o antológico personagem do capitão Wild Bill Kelso, que  originalmente não teria tanto espaço no filme, teve o seu tempo de cena ampliado após a contratação de John Belushi para interpretar o personagem. O posto de gasolina  Kelso abastece foi o mesmo usado por Steven Spielberg em Encurralado, em 1971, que é uma obra prima e merece ser vista e revisitada (Kleber Torres)




Ficha Técnica
Título Original: 1941
Ano do lançamento: 1979
Produção: EUA
Gênero: Comédia
Direção: Steven Spielberg

Roteiro: Bob Gale, Deborah Nadoolman, John Milius, Robert Zemeckis e William A. Frake

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