terça-feira, 26 de agosto de 2014

O leão do inverno







Reunindo um elenco de primeira grandeza com Peter O’Toole interpretando o rei Henrique II e Katherine Hepburn como a rainha Eleanor  - que recebeu o Oscar de melhor atriz  pelo seu desempenho no filme- , O Leão do Inverno é um épico sobre os bastidores da luta pelo poder. O filme dirigido por Anthony Harvey, baseado na peça homônima de James Goldman, que fez a  adaptação do seu próprio texto, o qual fez enorme sucesso na Broadway, em 1966.
Tudo começa no Natal de 1183, o Rei da Inglaterra, Henrique II, promove uma reunião de família com seus três filhos e até mesmo com a Rainha Eleanor da Aquitânia, de quem ele estva separado há vários anos e a mantém detida em um castelo distante, para impedir que ela interfira politicamente no seu reino.
Na agendo do encontro a decisão de quem  sucederá o rei no trono. Neste processo tenso e complexo a rainha Eleanora tenta se aliar com o rei da França  para assegurar ao seu filho mais velho a herança do trono, fazendo valer a lei primogenitura. Já o rei Henrique quer favorecer o filho mais novo e neste quadro se desenha um cenário de conspirações palacianas, prisões e ríspidos diálogos verbais, onde o risível se contrapõe ao sério e até ao besteirol.
O Leão do Inverno também reconstrói os cenários da Idade Média, com sua pobreza e suas nuances, num colorido sem contrastes e com alguns cortes de forma sincrônica. O filme compensa a sua lentidão – normal nas peças de teatro adaptadas para o cinema – e a pobreza dos cenários e da austeridade do interior de um castelo medieval, tendo como contraponto uma história humana rica e dramática, com homens rudes buscando parecer civilizados e nobres.
O filme descortina tabus de uma época ao colocar na agenda a questão do milenar homossexualismo entre os nobres e príncipes,  colocando em debate uma questão de todos os tempos e de todas as classes sociais. Mas o seu ponto mas forte está sem dúvida nos bastidores da renhida disputa e intrigas palacianas pelo poder, o que se desenrola de forma imprevisível no próprio cinema e na vida.
O Toole e Hepbrun premiam o publico com um desempenho antológico, dramático e coerente, mostrando num ambiente shakespereano a teatralidade dos gestos, na impostação da voz e  nos olhares, sem caras e bocas. (Kleber Torres)



Ficha técnica:
Direção:       Anthony Harvey
Com   Peter O'Toole, Katharine Hepburn, Anthony Hopkins mais
Gênero         Drama , Histórico
Ano : 1968

Duração: 134 minutos 

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